Flamengo no modo arame liso é capítulo final de péssima Libertadores do início ao fim

O lamentável capítulo final do Flamengo na Libertadores 2024 foi uma síntese da péssima campanha que o time fez. No “modo arame liso”, os rubro-negros rodaram a bola para um lado e para o outro e hesitaram muito em finalizar. Resultado? Um previsível 0 a 0 que não tirou nem um “uh” da torcida.

Antes de falar do jogo é preciso citar o quanto o Flamengo foi ineficiente e jogou mal nessa Libertadores. Não venceu fora de casa e tampouco teve atuações de gala. Os placares elásticos vieram contra times fracos.

Abre sua participação com uma atuação muito ruim contra o limitado Millonarios. Deixou de ganhar e ficou no 1 a 1 em Bogotá. Na segunda rodada, no Maracanã, uma vitória por 2 a 0 sobre o fraquíssimo Palestino, que acabou vencendo o Flamengo no Chile.

Numa chave composta por adversários de nível bem inferior, o Flamengo conseguiu ir para a última rodada com chances de eliminação. Passou sem convencer.

Nas oitavas de final, jogou mal contra o Bolívar em casa, mas um gol de Léo Pereira nos acréscimos da partida do Maracanã deu ao Flamengo um placar confortável (2 a 0) para jogar na altitude. Perdeu por 1 a 0, passou sufoco, mas avançou.

Nas quartas, em pouco mais de 180 minutos, teve enormes dificuldades para finalizar e não fez gols. Uma eliminação melancólica e cheia de vergonha.

O jogo: arame liso e substituições erradas
O Flamengo deu esperança ao finalizar com um minuto de jogo, numa cabeçada de Plata, mas o cartão de visitas que seria animador não passou de fogo de palha.

O Flamengo só girou bola durante os 90 minutos. De la Cruz e Arrascaeta fizeram péssimas partidas, Léo Ortiz errou muito mais do que o habitual, e Gerson, o melhor do time na temporada, foi um dos que mais ameaçaram chutar e não o fez.

De resto, no jogo o Flamengo só chegou numa cabeça de Bruno Henrique e num cruzamento de Matheus Gonçalves no fim.

Tite tem muita culpa nisso também. Talvez pela pressão de se ter um ídolo histórico no banco, colocou Gabigol, que está muito longe do ideal nos aspectos técnicos e físicos. Não deu certo.

Mexeu na estrutura tática do time, perdeu o drible de Plata, que, sim, também errou muito ao não finalizar quando teve chances. E pior: botou um jogador que não é sombra daquele goleador letal de 2019 a 2022.

Por que não botou Alcaraz, o argentino que custou mais de R$ 110 milhões e que é a contratação mais cara da história do Flamengo?

Não seria possível colocá-lo pelo meio com Gerson aberto pela direita? Não poderia optar por Matheus Gonçalves mais cedo e manter o time com a característica do primeiro tempo?

Colocou David Luiz, um zagueiro que é bom no jogo aéreo, sim, e bate pênaltis bem também. Mas ele seria opção ofensiva? E o Carlinhos, que outro dia havia entrado antes de Gabigol e dessa vez nem foi cogitado para o abafa.

O Flamengo sem sal que deixa a Libertadores é o retrato fiel do insosso trabalho de um treinador que é reconhecidamente capaz, super vitorioso, mas que não conseguiu fazer algo nem perto do que realizou em outros clubes. Em quase um ano de trabalho, o Flamengo de Tite nunca encantou e nem foi marcado pela regularidade.

Tite pode argumentar que o time foi regular no Carioca, torneio para o qual a torcida nem dá mais bola. Mas até mesmo na competição o time fez partidas ruins. Escapou de perder para o Vasco e não foi bem contra o Botafogo.

O ano de 2024 caminha para ser tão frustrante quanto o de 2023, independentemente de conquistar a Copa do Brasil ou não.

Fonte: GE

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