Flamengo suporta altitude, mas não consegue vencer LDU e mantém alerta ligado na Libertadores

“Quando não dá para ganhar, o importante é não perder”. A frase foi dita por Gerson e resume muito bem o que foi o empate sem gols entre o Flamengo e a LDU, em Quito, no Equador. Mas a verdade é que o Rubro-Negro poderia até ter vencido. E poucas sensações são tão amargas quanto essa, principalmente quando os três pontos trariam de volta a tranquilidade na Libertadores.

O Flamengo suportou a altitude e passou pelos 2.850m acima do nível do mar sem maiores intercorrências: Bruno Henrique foi o único atleta a pedir por oxigênio e Ayrton Lucas foi o único que deixou o campo visivelmente extenuado. Pode-se dizer que houve um domínio rubro-negro e que o time de Filipe Luís conseguiu controlar a pressão dos donos da casa e, consequentemente, sofreu pouco defensivamente.

O problema foi algo que já foi debatido em outras análises ao longo de 2025: efetividade do ataque. Traduzir a superioridade dos números em resultado, sem deixar a pontuação pelo caminho. Foram 56% de posse de bola, com 10 finalizações, sendo apenas duas no gol.

Apesar do importante ser não perder, os dois pontos deixados em Quito podem fazer falta para o Flamengo terminar a fase de grupos na liderança do grupo ou até mesmo se classificar às oitavas. Óbvio que a altitude precisa ser levada em conta, juntamente aos desfalques (Alex Sandro, De la Cruz, Allan e Plata), mas é justa a sensação de que o time precisa vencer de acordo com o que desempenha.

Na Libertadores, são apenas quatro pontos conquistados em três jogos, o que deixa o Flamengo apenas na terceira colocação do Grupo C. Mas ainda não há o que temer, dos três jogos restantes na primeira fase, dois desses serão no Maracanã. O alerta é importante para evitar um sofrimento desnecessário.

Filipe Luís colocou em campo a sua terceira formação em três jogos na Libertadores. Léo Pereira foi preservado e Plata ficou fora por dores no joelho. O treinador promoveu as entradas de Danilo na zaga com Léo Ortiz, Evertton Araújo no meio e Juninho no ataque.

Se a estratégia do Flamengo era de controlar o jogo e evitar o desgaste físico em virtude da altitude, a LDU colaborou com isso e parece ter deixado o rival com o controle do jogo. Sem ter sido pressionado nos primeiros minutos, o Rubro-Negro dominou o meio, trocou mais passes e não sofreu, pelo menos até a reta final da primeira etapa.

A prova de que a LDU deixou o Flamengo ter mais a bola nos pés no primeiro terço do gramado é que Danilo, Wesley, Ortiz e Erick Pulgar foram os que mais passes trocaram. O grande problema foi a dificuldade dos principais articuladores de fazerem a diferença ofensivamente.

A chance mais clara criada pelo Flamengo aconteceu apenas aos 36 minutos, quando Gerson lançou a bola, Juninho deixou passar para Arrascaeta driblar o marcador e bater fraco na saída do goleiro da LDU.

A LDU, por sua vez, chegou com perigo apenas nos contra-ataques gerados ou por um erro de passe do Flamengo ou por rara pressão na marcação. Mas não conseguiu incomodar o quanto se esperava por jogar como mandante.

Com uma LDU menos retraída no início do segundo tempo, Filipe Luís não demorou muito para fazer a primeira mudança: aos 13 minutos, Pedro entrou no lugar de Juninho. Logo na primeira participação, o camisa 9 descolou bom passe para a passagem de Wesley dentro da área.

Poucos minutos depois, Arrascaeta e Bruno Henrique foram substituídos por Cebolinha e Luiz Araújo, respectivamente. Cebolinha foi o primeiro a perder boa chance em chute de fora da área. Mas o lance ficou em segundo plano pelo gol perdido por Luiz Araújo, que passou por dois marcadores, entrou na área e acabou chutando longe do gol.

Por outro lado, a LDU seguiu assustando em bolas cruzadas na área e em contra-ataques aproveitando o desgaste físico evidente do Flamengo nos minutos finais do jogo. Aos 37, o time equatoriano chegou a marcar com Estrada, que foi lançado em velocidade e tocou na saída de Rossi. Mas o atacante estava em posição irregular na origem do lance.

O controle do jogo do Flamengo aos poucos foi se perdendo nos minutos finais pelos erros de passes. A LDU, com fôlego renovado no ataque, ainda quase marcou em cabeceio de Estrada na segunda trave que passou por cima do gol de Rossi.

O empate sem gols fez Filipe Luís chegar ao segundo jogo consecutivo sem marcar pela primeira vez desde que assumiu o comando do Flamengo. A missão ainda é a mesma de antes: transformar a posse de bola em chances claras, e as chances claras em gol. O adversário da vez será o Corinthians, no domingo, no Maracanã, pelo Brasileirão.

Fonte: GE

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