São Paulo Funcionários do Serviço de Verificação de Óbitos denunciam falta de equipamentos, corpos empilhados e até ratos no corredor Redação28 de maio de 2025028 visualizações Novos documentos obtidos pela TV Globo revelam a falta de estrutura no Serviço de Verificação de Óbitos da Universidade de São Paulo (SVO-USP), na região central de São Paulo. Os relatórios comprovam que os problemas persistem há pelo menos um ano, como falhas de higiene, na segurança e estruturais, além de falta de funcionários. Segundo trabalhadores ouvidos pela TV Globo nesta terça-feira (27), também há problemas de infraestrutura: o número de macas não é suficiente, algumas estão desgastadas e quebradas. Sem esses equipamentos, os corpos são empilhados pelos corredores, em temperatura ambiente (e não em câmaras frias), o que acaba atraindo ratos. No ano passado, a TV Globo mostrou outros problemas denunciados por um funcionário de uma empresa terceirizada responsável pelo transporte dos corpos. Na época, faltavam equipamentos de proteção. A recomendação era recolher os corpos em lençóis ou cobertores, já que faltavam sacos plásticos adequados. Em maio de 2024, a Coordenação de Vigilância em Saúde da Prefeitura de São Paulo (Covisa) autuou a USP por falta de equipamentos de proteção individual, e ainda apontou condições de higiene inadequadas e falhas nos controles ambientas de riscos a saúde e segurança dos trabalhadores. Dois meses antes, em março de 2024, uma avaliação do Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho da USP recomenda a substituição de borrachas de macas desgastadas. Além da aquisição de EPIs. Um ano depois, nada mudou. Os turnos chegam a até 36 horas de trabalho. Funcionários afirmam que tentaram conversar com a diretoria responsável pelo departamento, mas que nenhuma providência foi tomada. Nesta terça-feira (27), o analista de sistemas Antonio Valente aguardou por oito horas a liberação do corpo da tia. Normalmente seria a metade deste tempo. Um funcionário, que não quis se identificar, reclamou da falta de estrutura e explicou que a liberação dos corpos demora devido à falta de profissionais. Além disso, afirmou que as equipes foram reduzidas de três funcionários para dois por turno. E sem funcionários trabalhando à noite, o serviço acumula para a manhã seguinte. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Solange Conceição Lopes, já solicitou melhorias à diretoria da USP, mas não obteve sucesso. Segundo ela, a diretoria da USP diz que “está tudo normal” e “não admitem que há problema na SVO.” O que diz a SVOO vice-diretor do SVO, Luiz Fernando Ferras da Silva, afirmou que casos assim estão fora do “procedimento operacional padrão”. “Se eu tiver acesso a essas imagens posso identificar o erro a abrir um procedimento interno para apurar. Tivemos um episódio específico com roedores, numa lixeira que tinha restos de alimentos, mas a partir do momento que isso foi identificado fizemos o processo de ‘desratização’ e a mudança estrutural dessas áreas” “A universidade não está repondo esses funcionários. O quadro de funcionários diminuiu bastante e esta sobrecarregando quem está trabalhando”, disse. Sobre os apontamentos da Covisa, o vice-diretor disse que melhorias foram realizadas e que há equipamentos de proteção individual para todos os funcionários. Fonte: G1