São Paulo Segurança GCM pode ter sido torturado na frente da família antes de ser executado na Grande SP Redação6 de setembro de 2022045 visualizações A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte do guarda Paulo Corrêa de Souza Júnior, executado ao lado da mulher, da mãe e do padrasto em uma estrada de Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, no sábado (3). De acordo com as investigações, ele pode ter sido torturado na frente dos familiares que estavam no veículo no momento da abordagem. Segundo a polícia, os suspeitos atiraram na cabeça de Paulo e dispararam contra a esposa, a mãe e o padrasto. A polícia disse ainda que os braços dele foram quebrados. “Quem fez planejou bem o local para não ter acesso nem fuga de veículos ou a pé. Era um local bem ermo”, disse Flávio Fragoso Gomes, comandante da GCM de Carapicuíba. Paulo Corrêa Júnior foi enterrado ao lado da mãe, Marlene Aparecida de Souza. A companheira, Ana Carolina Ferreira, e o padrastro, Israel Aparecido, foram sepultados separadamente. A polícia recolheu 11 cápsulas no local. A hipótese de latrocínio foi praticamente descartada pelos investigadores. A polícia apura se a morte tem relação com a atuação de Paulo na guarda ou com a tentativa de homicídio da qual ele foi acusado em 2020. Ele é suspeito de tentar matar três pessoas em um churrasco em Santana do Parnaíba. Paulo estava afastado da corporação e atuava como advogado criminalista e assessor parlamentar. Entenda o casoO guarda civil municipal, a mulher, a mãe e o padrasto foram executados em uma estrada de terra de Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, na tarde de sábado (3). O crime ocorreu na estrada Francisco Missé, na altura do número 5802. De acordo com a Polícia Militar, ele voltava de uma cachoeira acompanhado da mulher, Ana Caroline Ferreira da Silva, de 31 anos, da mãe, Marlene Aparecida Ferreira de Souza, de 64 anos, e do padrasto, Israel Aparecido Vintorin, de 45 anos. No momento em que passavam pela estrada, foram interpelados por suspeitos, que obrigaram a família a sair do carro, modelo Chevrolet Prisma, e fizeram disparos. Os quatro foram atingidos e morreram no local. Quando a polícia chegou ao endereço, encontrou os corpos ao lado do veículo, mas nenhum indício de quem poderia ter atirado. A área fica às margens de uma represa e tem várias chácaras pela região. A perícia foi chamada e iniciou os trabalhos de apuração dos fatos. Testemunhas e eventuais imagens de câmeras de segurança no local vão ajudar a polícia a identificar os atiradores. Tentativa de homicídioSegundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Correa de Souza Júnior foi acusado de tentar matar, em abril de 2020, por volta das 23h45, Maria de Moraes Oliveira, João Paulo Cardoso de Moraes e Josué de Moraes Oliveira, com disparos de arma de fogo. Paulo estava em uma festa na casa do pai de João e tio de Maria e Josué quando Maria pediu uma bebida e, por isso, passou a importuná-la, dizendo que, por “ela não ter levado nada para o churrasco, não tinha o direito de beber”, e ofender a vítima. Nesse momento, o agente teria ido em direção à mulher para agredi-la, mas foi impedido pelos demais convidados. Paulo, então, aproximou-se de Maria e disse a ela para “aproveitar bem a festa”, pois naquele momento ele estava sem farda, mas, no dia seguinte, estaria fardado e voltaria para “pegá-la”. A vítima então tomou conhecimento de que Paulo era guarda municipal. Paulo deixou a festa e permaneceu nas proximidades, aguardando. Momentos depois, João deu uma carona a Maria e Josué. De dentro do veículo, todos avisaram que Paulo, com uma arma de fogo, estava se aproximando. As vítimas seguiram e, nesse momento, Paulo disparou seis vezes. Duas balas atingiram o porta-malas e duas, a lateral direita do carro. As vítimas não foram atingidas. Na sequência, o denunciado, com uma motocicleta, começou a perseguir o veículo das vítimas. Segundo o TJ-SP, a GCM foi acionada para a ocorrência. Na via pública, os guardas municipais encontraram um projétil e três estojos de munição. De acordo com o documento, o delito não se consumou apenas devido ao erro de pontaria do agente. A arma utilizada por ele pertence à Prefeitura Municipal de Carapicuíba. O crime teria sido cometido durante o estado de calamidade pública da pandemia de Covid-19. Interrogado, o réu negou o ato e disse que estava almoçando na casa do amigo de Paulo que o apresentou às vítimas e aos demais convidados, e informou que ele era guarda municipal. Nesse momento, segundo ele, começou a ser importunado pelos convidados. Ele disse ainda que, após a discussão com a mulher por conta da bebida, o padrasto da vítima o imobilizou com um golpe. Afirmou também que foi embora, mas acabou “perseguido” pelas vítimas. Ele confirmou o disparo contra o veículo, mas declarou que “se assustou com a perseguição e queria assustar” as vítimas. O agente informou, porém, que não lembra se havia pessoas no veículo e que, se tivesse a intenção de matar, “teria conseguido”. Ele confessou que ingeriu bebidas alcoólicas e se recusou a fazer o exame de embriaguez. De acordo com a vítima, o guarda aparentava ter usado drogas durante a festa. Fonte: Com informações da Agência Estado