Governo do Nepal retirou 11 toneladas de lixo, quatro cadáveres e um esqueleto do Everest

No ano passado, durante a última temporada de escalada, uma equipe financiada pelo governo do Nepal removeu 11 toneladas de lixo, quatro cadáveres e um esqueleto do Everest, em uma ação que retratada os efeitos da superlotação, das mudanças climáticas e da exploração comercial descontrolada do Himalaia.

O ministro do Turismo do Nepal, Badri Prasad Pandey, destacou a responsabilidade do país em proteger as montanhas da região. “O governo está fortemente comprometido em apoiar o montanhismo de todas as maneiras possíveis, mantendo os escaladores seguros, protegendo a beleza natural dos nossos picos e ajudando as comunidades locais a crescerem junto com o espírito de aventura”, disse ele esta semana durante participação no Everest Summiteers, encontro com cerca de 100 alpinistas de todo o mundo que escalaram o Everest.

A conferência de um dia, que aconteceu em Katmandu, abordou questões ambientais e de segurança diante do aumento constante de escaladores no local. Desde a histórica conquista de Edmund Hillary e Tenzing Norgay, em 1953, o monte mais alto do mundo – são 8.849 metros – já recebeu milhares de alpinistas, e os números crescem a cada ano.

Mas a popularidade do desafio significa que os escaladores enfrentam riscos maiores, pois filas se formam nas rotas até o cume durante os curtos períodos de tempo bom na região.

“O maior problema e preocupação no momento é a superlotação”, disse ao Euronews a alpinista britânica Adriana Brownlee, que aos 24 anos se tornou a mulher mais jovem a escalar os 14 picos mais altos do mundo. “Precisamos garantir que todas essas pessoas [na montanha] tenham experiência no mundo do montanhismo. Para que, se estiverem com dificuldades [ou] sozinhas e algo acontecer, saibam como se salvar.”

Para a montanhista nepalesa Purnima Shrestha, as tentativas de escalar o Everest se tornaram muito comerciais. “Mas nem todas as pessoas lá estão física e emocionalmente preparadas para escalar o pico, o que é um desrespeito a ele”, apontou. “É por isso que há tantos engarrafamentos no caminho.”

Xenônio: solução ou polêmica?
Enquanto autoridades discutem soluções, um experiente guia britânico, Lukas Furtenbach, liderou uma das escaladas mais rápidas já registradas do Everest. Usando gás xenônio como parte do preparo físico, sua equipe chegou ao cume em 21 de maio e retornou para casa apenas dois dias depois.

No geral, a escalada leva semanas, sendo a maior parte desse tempo passada no acampamento base para adaptação ao ar rarefeito. Mas há indícios de que o xenônio pode aclimatar as pessoas mais rapidamente a grandes altitudes.

O uso deste gás por parte da equipe de Furtenbach gerou bastante polêmica e levantou preocupações das autoridades de montanhismo nepalesas, que anunciaram uma investigação.

Mas o alpinista defendeu a ação, salientando que uma escalada mais rápida é melhor para o meio ambiente.

“Os dejetos humanos são um dos maiores problemas no acampamento base do Everest. Se as pessoas passarem uma semana lá, em vez de oito semanas, isso representa uma redução de 75% nos dejetos humanos”, indicou. “É uma redução enorme de lixo na montanha e também de recursos que precisam ser transportados para o acampamento e para cima da montanha”, completou.

Fonte: umsoplaneta

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