Segurança Governo lança programa de enfrentamento do crime organizado Redação2 de outubro de 2023036 visualizações O governo federal lançou nesta segunda-feira (2) o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc). A portaria foi assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na sede da pasta, em Brasília. A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido criticada pela falta de reação contra o avanço de crimes no Rio de Janeiro e na Bahia, que enfrentam ondas de violência. A iniciativa prevê a liberação de R$ 900 milhões para o combate às organizações criminosas, em ciclos, de 2023 a 2026. Segundo Dino, o projeto será focado no fortalecimento da investigação criminal e atividade de inteligência, focado nas organizações criminosas. “Há aproximadamente 60 no território nacional, com duas mais destacadas, mas as facções regionais também estão devidamente mapeadas”, afirmou o ministro. O Enfoc terá 40 ações e projetos, divididos em cinco eixos. O objetivo, segundo o ministério, é viabilizar a visão sistêmica das organizações criminosas, gerar integração institucional e informacional entre as redes de enfrentamento, valorizar os recursos humanos e fortalecer a investigação criminal e as atividades de inteligência. Os cinco eixos do programa são integração institucional e informacional; aumento da eficiência dos órgãos policiais; portos, aeroportos, fronteiras e divisas; aumento da eficiência do sistema de justiça criminal; e cooperação entre os entes. O anúncio do plano foi feito pelo secretário-executivo de Dino, Ricardo Cappelli, na última sexta-feira (29), depois de reunião com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). “Se o crime está cada vez mais estruturado e organizado no país, o poder público precisa estar também cada vez mais integrado, organizado, unido para combater este que é um problema não só do Rio de Janeiro, mas um desafio nacional, uma vez que essas organizações estão cada vez mais articuladas”, declarou Cappelli. Além do Rio de Janeiro, a Bahia também tem passado por uma crise na área de segurança pública. O estado já registrou mais de 50 mortes em operações da polícia, tendo superado a Polícia Militar fluminense em letalidade. Na semana passada, o ministro Dino se reuniu com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), para discutir parcerias para a segurança pública do estado. Na ocasião, Dino garantiu a ampliação de recursos para a área. Dias depois, o secretário de Segurança Pública da pasta, Tadeu Alencar, e o secretário de Políticas Penais, Rafael Velasco, viajaram para o estado para dar início às medidas de resposta à crise. Antes de Rodrigues, a Bahia foi governada por oito anos por Rui Costa, atual ministro da Casa Civil. Ondas de criminalidadeA violência na Bahia se intensificou nos últimos dois meses. No início de agosto, 25 pessoas morreram em uma semana em enfrentamentos com a polícia. Em 15 de setembro, um policial federal morreu e outros dois ficaram feridos em um confronto com o crime organizado. Em seguida, uma operação que investigava os suspeitos do crime deixou mais nove mortos. Um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelou que a Bahia é o segundo estado do país com o maior número de mortes violentas intencionais. Em 2022, a unidade federativa registrou uma taxa de 47,1 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro confirmam a alta no número de assassinatos no Rio de Janeiro. Entre janeiro e agosto deste ano, cerca de 2.190 pessoas foram assassinadas no estado. Um aumento de quase 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Fonte: r7