Guarulhos Saúde Hospital Pimentas funciona sem medicamentos básicos e ficará sem 90% dos médicos a partir de março Redação22 de fevereiro de 2021048 visualizações Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso, em Guarulhos, passa por uma grave falta de medicamentos, que culminou na morte de pelo menos cinco pacientes só nas últimas semanas. Em razão do sucateamento do serviço e das súplicas por melhorias não serem atendidas, 90% dos médicos preceptores do serviço pediram demissão e os pacientes ficarão desassistidos a partir de março. Desde a troca de gestão do hospital, que passou a ser administrado pela organização social (OS) Instituto de Desenvolvimento de Gestão, Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social (IDGT) em janeiro de 2020, o serviço passa por inúmeros problemas que se agudizaram nos últimos meses, tornando inviável a atuação dos médicos residentes no local. De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), o hospital sobrevive há meses com empréstimos de medicações ou com estoques esgotados com total ciência da diretoria, que nada faz para solucionar o problema. Também faltam monitores de sinais vitais e cateteres de diálise. “Pacientes já faleceram por falta de sedativos, bloqueadores neuromusculares, drogas vasoativas, trombolíticos, antiarrítmicos, antibióticos e anticoagulantes. Os médicos estão presenciando a morte de pacientes em extrema agonia sem poderem usar sedativos. Isso é um total absurdo e vai contra a ética médica”, conta Augusto Ribeiro, diretor do Simesp. Ainda, o hospital se tornou referência de serviço de portas abertas para atendimentos de psiquiatria há três meses, mas não possui médico psiquiatra de plantão. “O atendimento contraria os direitos humanos, pois os pacientes ficam presos em um espaço pequeno, sem janelas, sem separação entre gêneros e sem banheiros aguardando por dias por uma avaliação com o especialista”, explica Ribeiro. Outro problema enfrentado no Pimentas é a falta de tomógrafo há dois meses, fazendo com que pacientes sejam removidos para outra unidade para a realização do exame, adiando assim seu tratamento. Há algumas semanas também está em falta o aparelho de radiografia, que funciona apenas por poucas horas por dia.