Libertadores Imposição e resultado: Flamengo amassou a LDU para estrear de fato na Libertadores Redação16 de maio de 2025010 visualizações O relógio já apontava quase vinte minutos do segundo tempo quando o Flamengo finalmente parou para respirar. O volume de jogo imposto sobre a LDU não havia permitido uma pausa sequer até então. Também os equatorianos aproveitaram este divisor de águas no jogo para recobrar o fôlego, mas neste caso a impossibilidade havia sido por desespero mesmo, pois desde que a partida começara mal tinham conseguido passar do meio de campo. A vitória por 2 a 0 levou o time de Filipe Luís à segunda colocação da chave, com grandes chances de acabar em primeiro, caso a LDU vença o Central Córdoba. O resultado parece protocolar e não reflete a superioridade apresentada pelos rubro-negros sobre a equipe treinada pelo argentino Pablo Sánchez (em seus tempos de jogador, conhecido pelo apelido de “Vitamina” Sánchez), que chegou a posicionar sua equipe com uma linha de cinco ou seis defensores. A muralha idealizada passou a noite vazando, a ponto de não restar reboco que aguentasse. Até o jogo de ontem, a campanha do Flamengo era decepcionante na Libertadores — de certa forma, continua sendo, pois se imaginava que o poderio técnico seria suficiente para liderar com folga um grupo com rivais acessíveis. O desempenho de ontem, portanto, é quase uma estreia de fato na competição. Durante sessenta minutos, contando com atuações de luxo de Alex Sandro e Luiz Araújo, vendo um catedrático Gérson em sua melhor versão, o Flamengo espremeu a Liga de Quito até obter o resultado que lhe servia. Quando respirou, até por necessidade biológica, apresentou alguma instabilidade e provavelmente fez Filipe Luís relembrar de um antigo problema: o volume não havia sido revertido em chances reais. Àquela altura do jogo, e nessa altura do campeonato, os rubro-negros deveriam estar muito mais tranquilos — das 14 finalizações contra a LDU, apenas quatro foram em direção ao gol. No caso de ontem, com a circunstância atenuante de que deve ter sido difícil inclusive mirar no gol, de tão povoada que estava a área dos equatorianos na maior parte do tempo. Recorrer à sentença de Juan Román Riquelme é sempre uma saída óbvia, um clichê irresistível, talvez porque traga muito de verdade: “A Libertadores começa nas oitavas”. Essa é a tradução de uma mentalidade vencedora; no caso de Riquelme, de alguém que trilhava os caminhos do continente como quem volta pra casa — o resultado e o “copeirismo” acima de qualquer demonstração gratuita de virtude em fases protocolares da competição, o crescimento na hora certa. Indiscutível protagonista das últimas edições, o Flamengo sabe muito bem disso — não deveria ter sofrido tanto até agora, é claro, mas tudo indica que logo este sofrimento será passado, pois o mata-mata apaga todos os arrependimentos. E aí, finalmente, a Libertadores terá começado de verdade para os rubro-negros. Fonte: GE