Brasil Jovem cai em voçoroca de 80 metros de profundidade em Buriticupu, no MA Redação7 de março de 2025025 visualizações Uma jovem identificada por moradores e amigos como Maisa Sousa caiu nesta sexta-feira (7) em uma das enormes voçorocas que crescem no entorno do município de Buriticupu, a cerca de 415 km de São Luís. A vítima foi resgatada com vida. De acordo com moradores da região, a vítima reside no Residencial Eco Buriticupu, uma das áreas que estão sendo gradualmente engolidas por uma voçoroca. Segundo o Corpo de Bombeiros do Maranhão, a jovem foi levada pelo Samu para uma unidade hospitalar, cujo nome não foi informado. Não há mais informações sobre seu estado de saúde. Essa voçoroca tem cerca de 80 metros de profundidade. Um vídeo (veja acima) mostrou a vítima se mexendo, mas com dificuldade para se levantar. Bombeiros civis foram chamados para realizar o resgate, mas, inicialmente, encontraram dificuldades para se aproximar do local. Ainda segundo os bombeiros, após ser acionado, deslocou uma equipe do Batalhão de Busca e Salvamento para o local. “A vítima foi resgatada pelos bombeiros, que realizaram o atendimento de primeiros socorros. Segundo informações repassadas à equipe, a jovem estaria em estado de descontrole e teria corrido em direção ao local da voçoroca, ultrapassando a área de isolamento, momento em que acabou caindo. A vítima foi encaminhada a unidade hospitalar pela equipe do Samu”, disse a nota. O que são voçorocas? As crateras são fenômenos geológicos que surgem como fendas no solo, geralmente provocadas pela água da chuva. Se nada é feito para conter, uma cratera pode chegar ao grau de voçoroca, quando atinge um lençol freático. Em Buriticupu, as crateras se formaram a partir da rápida expansão urbana e como consequência do desmatamento da vegetação nativa em áreas de alta declividade. Na cidade, os abismos chegam até 70 metros de altura e 500 metros de comprimento e ameaçam ‘engolir’ casas. Voçoroca do Residencial Eco Buriticupu continua avançandoNo Residencial Eco Buriticupu, com centenas de casas construídas, muitos moradores já se mudaram porque não se sentem mais seguras perto da mesma voçoroca onde a vítima caiu. O valor dos imóveis já caiu mais de 50% e ainda assim os moradores dizem que não há quem aceite comprar. O g1 mostrou o problema no ano passado, e o drama de uma das moradoras que teme perder a casa onde mora. “É horrível. Em tempos de chuva, eu não tenho vontade de sair de casa… porque eu fico preocupada de chegar e ter acontecido alguma coisa… é um horror”, afirma Kaillany Pinheiro, estudante e moradora do Residencial Eco Buriticupu, na época. Buriticupu vive situação de calamidade pública Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Buriticupu decretou estado de calamidade pública por causa do novo avanço das voçorocas que acontece por causa do retorno do período chuvoso. Nos últimos meses, mais casas foram engolidas pelas crateras. No final de janeiro, uma das residências foi engolida na Rua Vitória e provocou desespero nos vizinhos (veja no vídeo acima). A casa, que já tinha sido abandonada, foi levada para o abismo e as demais residências ao redor precisaram ser evacuadas. O decreto municipal de calamidade pública, do dia 11 de fevereiro de 2025, afirma que há 1,2 mil pessoas em 250 moradias situadas em áreas de risco, nos bairros: Caeminha, Centro, Vila Isaias, Santos Dumont, Eco Buriti, Terra Bela, Sagrima e Terceira Vicinal. Até 2024, 180 famílias estavam em situação de risco e, em 2025, mais famílias tiveram que deixar as residências próximas de onde as voçorocas já alcançaram. Imagens de satélite também mostram o avanço das voçorocas nos últimos anos. Uma plataforma da SCCON, que realiza o monitoramento com a detecção de mudanças e emissão de alertas, registrou duas imagens de Buriticupu entre 2019 e 2025, e fica nítido perceber o avanço das voçorocas durante o período. Fonte: G1