Jovem que planejou ataque a escola no interior de SP alega ter sofrido bullying

Apreendido após ter lançado bombas na Escola Municipal Vista Alegre, na cidade de Monte Mor, no interior de São Paulo, nesta segunda-feira (13), o adolescente de 17 anos afirmou durante depoimento na delegacia que sofria bullying nessa unidade.

De acordo com o delegado Fernando Bueno de Castro, da Delegacia de Monte Mor, responsável pela investigação, o jovem afirmou que chegou a quebrar o braço de um colega em uma briga. Aos 14 anos, ele parou de estudar e deixou a escola, alvo do ataque. Desde então, ele “vivia trancado no quarto e não saía de casa”.

“É uma pessoa psicologicamente abalada. Ele não fala muito. Só aquilo que você pergunta. Na deepweb, ele começou a se relacionar em fóruns de cunho nazista e de terrorismo”, contou o delegado. O adolescente também aprendeu sozinho a montar as bombas de pregos e os coquetéis molotov por meio das redes sociais.

À Polícia Civil, ele ainda declarou que estava estudando o plano de ataque havia cerca de três anos. Inicialmente, o jovem disse que outra pessoa teria participado da ação; porém, posteriormente, ele voltou atrás e alegou ter agido sozinho.

“Poderia ter machucado muita gente. A bomba que ele soltou foi a de prego, mas a outra tinha um poder lesivo bem maior”, afirmou Fernando Bueno de Castro.

Ataque
Armado com bombas caseiras, combustível, uma machadinha e um fuzil falso, o adolescente foi até a Escola Municipal Vista Alegre com o carro da mãe, na manhã desta segunda-feira (13). Na unidade, também funciona a Escola Estadual Professor Antônio Sproesser no período da tarde e noite.

No momento do ataque, ele vestia roupas pretas e uma braçadeira com a suástica nazista. O jovem, ex-aluno da instituição, arremessou as bombas de prego, mas não chegou a entrar na escola. Apesar do susto, de acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o artefato explodiu um vaso sanitário e não deixou feridos.

Na residência dele, a Polícia Civil apreendeu uma arma de airsoft, material alusivo ao nazismo — como livros sobre o ditador Adolf Hitler — e um computador. Após algumas horas, a investigação também localizou uma arma de fogo, com seis balas.

Também chamou a atenção dos investigadores um caderno no qual o jovem escreveu sobre o atentado. No texto, ele dizia que estava “motivado por ódio e rancor”. Para o delegado, ele tinha raiva da instituição e dos alunos, mas ainda não há confirmação se havia um alvo específico.

A perícia do Instituto de Criminalística vai analisar o tipo de conteúdo e redes sociais que o ex-estudante acessava para determinar se ele, de fato, fazia apologia ao nazismo.

De acordo com o delegado, ele vai responder por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma e por atos terroristas. Depois do registro do boletim de ocorrência, o adolescente foi encaminhado a uma unidade da Fundação Casa.

“A Secretaria de Educação de Monte Mor, devido ao episódio ocorrido na E.M. Vista Alegre, nesta segunda-feira (13), pôs à disposição dos alunos, de seus familiares, do corpo docente e dos funcionários da unidade de ensino o suporte de atendimento psicológico para acolhimento a todos os que precisarem do amparo e manterá de plantão, a partir desta terça-feira (14), o serviço psicológico, promovido pelas profissionais da equipe da Secretaria de Educação”, informou a prefeitura.

A Secretaria Estadual de Educação também lamentou o ocorrido e afirmou que as aulas na rede estadual deverão ocorrer normalmente após a perícia ser realizada. “O caso está sendo registrado na Plataforma Conviva (Placon) e também no boletim de ocorrência. A equipe gestora da escola continua à disposição da comunidade escolar.”

Fonte: Com informações da Agência Estado

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