Mundo Kremlin diz que Rússia concedeu asilo político a Assad Redação9 de dezembro de 2024031 visualizações O Kremlin, sede do governo russo, afirmou nesta segunda-feira (9) que a Rússia concedeu asilo político a Bashar al-Assad, ditador sírio deposto neste final de semana. A agência russa Tass havia informado no domingo que Assad está em Moscou, capital da Rússia. Também no domingo, a Rússia afirmou que o ditador sírio deixou seu país e ordenou uma “transição pacífica de poder”. No entanto, o Kremlin se recusa a confirmar a presença de Assad na Rússia. “Quanto ao paradeiro do presidente Assad, não tenho nada para falar a vocês. O que aconteceu surpreendeu o mundo inteiro. Nós não somos exceção”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa. Assad estava há 24 anos no poder na Síria, mas deixou a capital Damasco após rebeldes terem entrado no território sem encontrar resistência militar. Retomada da guerra na SíriaA guerra civil na Síria começou em 2011 e, nos últimos quatro anos, parecia estar adormecida. Após um período sangrento de confrontos, que deixaram cerca de 500 mil mortos e causaram um enorme êxodo de sírios, o ditador conseguiu manter o controle sobre a maior parte do território graças ao suporte da Rússia, do Irã e da milícia libanesa Hezbollah. No entanto, agora a Rússia está em guerra com a Ucrânia, e o Irã vive um conflito com Israel. O Hezbollah, por sua vez, perdeu seus principais comandantes neste ano, mortos em ataques israelenses. Para os analistas, essa situação faz com que nem Putin nem o regime iraniano estejam dispostos a entrar de cabeça em mais uma guerra. Um porta-voz do governo da Ucrânia disse que a escalada do conflito na Síria mostra que a Rússia não consegue lutar em duas guerras ao mesmo tempo. Informações publicadas no sábado indicam que o Hezbollah e o regime iraniano estão retirando tropas que mantêm na Síria. O cientista político Guilherme Casarões, da Fundação Getúlio Vargas, diz que não é uma coincidência a ofensiva ter sido lançada agora. “Aqueles que eram os três principais aliados do governo Assad, Hezbollah, Irã e Rússia, estão meio que fora desse envolvimento direto com o conflito, o que abriu uma oportunidade para que os rebeldes tentassem retomar certas posições estratégicas dentro do país. Aleppo, sendo a segunda maior cidade da Síria, é o primeiro destino que eles ocuparam.” Segundo o professor, o acirramento do conflito pode ter consequências em todo o Oriente Médio. Se Assad cair, afirma ele, isso pode criar um vácuo de poder e escalar ainda mais as guerras que envolvem Israel, Hamas, Hezbollah e Irã. Fonte: G1