Mergulhadores encontram corpo de bilionário, filha e mais duas pessoas em iate que naufragou na Itália, diz jornal

Mergulhadores que buscam pelos desaparecidos no naufrágio do iate de luxo na costa da Sicília, na Itália, encontraram quatro corpos dentro da embarcação nesta quarta-feira (21), segundo disseram fontes da equipe de busca à agência de notícias Reuters.

Um dos corpos, de acordo com o jornal britânico “Daily Telegraph” com base em informações da agência de proteção civil da Sicilia, é do bilionário britânico Mike Lynch. Outro dos corpos encontrados nesta quarta, ainda de acordo com a publicação, é o da filha de Lynch.

Conhecido como “Bill Gates do Reino Unido” por ser o primeiro magnata da tecnologia no país, o bilionário Mike Lynch estava a bordo do iate, um veleiro de luxo batizado de Bayesian, com a esposa, a filha e amigos. Segundo a imprensa britânica, ele celebrava uma recente absolvição em um processo que acusava sua empresa de softwares, a Autonomy, de fraude.

Ainda não havia informações sobre a identidade dos outros dois corpos resgatados nesta manhã até a última atualização desta reportagem. Outras duas pessoas seguiam desaparecidas e os trabalhos de busca continuavam.

Número de mortos subiu para 5
Com os corpos encontrados nesta quarta, o número de mortos no naufrágio, causado pela passagem de um tornado na costa da Sicilia, subiu para cinco. No dia do acidente, um corpo já havia sido encontrado horas depois de o barco afundar. No total, 22 pessoas estavam a bordo do iate, mas 15 foram resgatadas com vida.

Um dos corpos encontrados foi levado à costa por uma embarcação do Corpo de Bombeiros. A recuperação demorou porque a entrada das cabines está bloqueada por móveis e outros objetos.

Autoridades locais não haviam anunciado oficialmente a identificação dos corpos até a última atualização desta reportagem. Parentes dos desaparecidos foram ao porto de Palermo após os corpos serem encontrados, segundo o jornal italiano “Corriere Della Sera”.

Além de Lynch e de sua filha, também estavam desaparecidos, até a última atualização desta reportagem, o presidente do conselho de administração do banco de investimentos Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, e sua esposa, além do advogado Chris Morvillo, que defendeu Mike Lynch em seu julgamento nos Estados Unidos, e sua esposa.

Retirada de corpos gradual
A agência de notícias italiana Ansa informou que a operação de retirada dos corpos está sendo feita de forma gradual. Os mergulhadores estariam fazendo uma parada a 20 metros de profundidade antes de trazer os corpos à superfície.

Mais cedo, quando as buscas foram retomadas, havia pouca esperança de encontrar sobreviventes.

Os mergulhadores conseguiram entrar no veleiro, que está a 50 metros de profundidade, na terça-feira, mas, como ele está deitado de lado e os espaços são pequenos, a equipe tem apenas entre 8 e 10 minutos para inspecioná-lo antes de ter de voltar à superfície.

Devido às dificuldades, os mergulhadores contam com a ajuda de um veículo subaquático controlado remotamente para as buscas. O robô é capaz de operar no fundo do mar até uma profundidade de 300 metros e tem autonomia entre 6 e 7 horas (veja vídeo abaixo).

Um helicóptero de mergulhadores dos bombeiros de Gênova, da mesma equipe que atuou após o naufrágio do Costa Concordia, em janeiro de 2012, chegou para ajudar nas buscas.

Em paralelo às buscas, a polícia e a Procuradoria locais já começaram a investigar o que causou o naufrágio do iate, batizado de Bayesian. Apesar da forte tempestade, embarcações grandes são consideradas muito seguras e são difíceis de virar.

Na terça-feira, o comandante do Bayesian, James Catfield, 51 anos, foi interrogado por mais de duas horas. Catfield foi uma das 15 pessoas que conseguiram ser resgatadas momentos após o naufrágio do iate.

A partir do relato do comandante, procuradores buscaram reconstituir os últimos momentos antes de a embarcação afundar e saber detalhes técnicos úteis para as investigações.

Segundo uma primeira inspeção externa no iate, no fundo do mar, o casco não apresentou vazamentos, e o mastro principal de alumínio, de 75 metros de altura, estava intacto. A fabricante do barco afirma que o mastro é o maior do mundo feito de alumínio.

Os interrogatórios continuaram nesta quarta com alguns dos 15 sobreviventes.

Fonte: G1

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