Brasil Milton Nascimento é vítima de absurdo e inaceitável desrespeito pelo Grammy ao ter negado um assento na cerimônia Redação3 de fevereiro de 2025041 visualizações ♩ É absurdo e inaceitável a forma desrespeitosa como Milton Nascimento foi tratado pela organização da 67ª edição do Grammy Awards. Como denunciou nas redes sociais Esperanza Spalding, com quem o artista brasileiro gravou o disco que concorria ao Grammy 2025 na categoria Melhor álbum de jazz com vocal, foi negado a Milton um assento nas mesas do salão principal da cerimônia realizada em Los Angeles (EUA) na noite de domingo, 2 de fevereiro. Como forma de protesto, a cantora, compositora e contrabaixista norte-americana foi ao Grammy com um cartaz com a foto de Milton em que lia-se “This living legend shoud be seated here”. Em bom português, “Esta lenda viva deveria estar sentada aqui”. Esperanza Spalding está coberta de razão. Milton – que foi aos Estados Unidos para a cerimônia de entrega do 67º Grammy Awards – deveria ter direito a um assento na mesa de Esperanza não somente pela importância do artista na música brasileira e em antenados nichos musicais dos Estados Unidos (sobretudo na área do jazz), mas pelo simples motivo de que ele assina o álbum Milton + Esperanza de igual para igual com Esperanza Spalding. Milton não é um convidado de Esperanza no disco lançado em agosto de 2024. Ao contrário: Milton é a razão da existência do álbum pela obra que encanta Esperanza. Logo, se foi dado um assento a Esperanza Spalding, por que foi negado a Milton o mesmo direito? Se a ambos os artistas tivessem sido negados assentos no Grammy 2025, ainda assim seria um absurdo, mas pelo menos haveria igualdade no tratamento dispensado a Esperanza e a Milton. Mas qual a razão de recusar a Milton um lugar ao lado de Esperanza se o álbum concorrente é dos dois? Cabe lembrar que Milton inclusive já venceu um Grammy Awards em 1998 na genérica categoria Melhor álbum de world music pelo disco Nascimento (1997). E que, em 1974, o cantor gravou álbum com o compositor e saxofonista norte-americano Wayne Shorter (1933 – 2023), Native dancer, lançado no início de 1975. Aos 82 anos, Milton Nascimento já personifica uma entidade da música. Uma lenda viva, como ressaltou Esperanza Spalding no cartaz do protesto. O álbum Milton + Esperanza perdeu o Grammy 2025 para o disco A joyful holiday, de Samara Joy, mas isso é do jogo. A regra do jogo violada na cerimônia é a recusa do assento a um concorrente com o peso, a história e obra de Milton Nascimento. Por tal desaforo e descortesia, a organização do Grammy Awards fica devendo um pedido de desculpas públicas a essa lenda viva da música do Brasil. Fonte: G1