O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) fechou uma proposta com quatro medidas para evitar o envolvimento dos beneficiários do Bolsa Família nos jogos e apostas on-line (bets). Uma delas é oferecer atendimento às pessoas com dependência psicológica, como Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
A pasta também quer campanhas do Executivo sobre o uso racional dos benefícios sociais; e restringir a publicidade direcionada a públicos vulneráveis, como beneficiários do Bolsa Família, crianças e adolescentes. As portarias do Ministério da Fazenda já proíbem publicidade voltadas a crianças.
O pacote de medidas será discutido nesta quarta-feira com técnicos dos Ministérios da Fazenda e da Saúde. O objetivo é formatar uma proposta a ser apresentada ao presidente Lula na quinta-feira.
A quarta medida já é praticamente um consenso no governo: bloquear o uso do cartão do Bolsa Família para pagamento de jogos.
Iniciativa das empresas
A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) anunciou ontem a criação de um programa para tratamento do vício em jogos, a ludopatia. O programa terá um projeto piloto de dois meses, e oferece tratamento presencial a mil pessoas, que serão recrutadas em todo o país, além de teleatendimento a outras 20 mil pessoas em comunidades.
Para estruturar o programa, a ANJL firmou parceria com a plataforma de saúde mental Somente, que oferece apoio psicológico e emocional aos pacientes, além do Instituto Belezinha, que atua em comunidades de São Paulo com psiquiatras e psicólogos.
O investimento da ANJL no programa será de R$ 790 mil. Depois, haverá contribuição dos associados para custear o programa. Também foi criado uma espécie de selo de garantia aos associados da ANJL que ajuda a identificar empresas de apostas que estão se legalizando.
A estimativa da ANJL é que, em 2025, quando o mercado de bets já estiver regulado, ele deve movimentar R$ 20 bilhões em apostas por mês e R$ 17 bilhões em prêmios pagos. O imposto recolhido pelas bets será de R$ 1,5 bilhão ao mês.
Fonte: OGLOBO