Moradores da Favela do Moinho fazem novo protesto contra demolição de casas da comunidade e paralisam Linha 8-Diamante

A presença da Polícia Militar na Favela da Moinho, na região central de São Paulo, gerou um novo protesto no início da tarde desta terça-feira (13) que paralisou a Linha 8-Diamante, da ViaMobilidade, pelo segundo dia consecutivo.

Segundo a empresa, manifestantes contrários à demolição de casas desocupadas da comunidade voltaram a protestar nas linhas de trem, colocando fogo em madeiras e pneus que paralisam temporariamente a circulação das locomotivas.

Por meio de nota, a ViaMobilidade informou que a circulação está interrompida entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, “em razão de ações externas nas proximidades da Estação Júlio Prestes, relacionadas à Comunidade do Moinho”.

Avisos sonoros chegaram a ser emitidos, orientando os passageiros a utilizarem as linhas 3-Vermelha, 7-Rubi e 4-Amarela para acesso às estações Palmeiras-Barra Funda e Luz.

Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), a presença da PM na favela é necessária para garantir a segurança dos funcionários do órgão que trabalham para demolir as casas já desocupadas pelas famílias que deixaram a comunidade.

As demolições começaram nesta segunda-feira (12), também diante de protesto dos moradores que permanecem na favela e são contrários as desocupações.

O protesto desta segunda (12) teve fogo e pneus e madeiras que paralisaram as operações das linhas 8-Diamante, 7-Rubi e 10-Turquesa e 13- Jade, da CPTM e da ViaMobilidade, por volta das 17h.

Segundo a CDHU, que está encaminhando as famílias do Moinho para programa de moradia e auxílio-aluguel, 168 famílias já deixaram o Moinho desde o mês passado.

A ideia, de acordo com a companhia, é que todas essas casas abandonadas sejam demolidas.

O órgão afirmou que a presença da PM no local é necessária para resguardar a segurança dos funcionários, que foram ameaçados, levaram pedrada, paulada e inclusive foram mantidos em cárcere privado durante o protesto desta segunda (12).

Nos cálculos da CDHU, seis casas já foram demolidas e a ideia é que, conforme outras famílias deixem a favela, as casas também sejam destruídas e o terreno retomado ao Poder Público, que pretende transformar o lugar em um parque.

Autorização do governo federal
A área pertence à União que, em ofício enviado à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Governo do Estado de São Paulo, garantiu a legalidade das demolições.

A Secretaria do Patrimônio da União, ligada ao Ministério da Gestão e da Inovação, afirmou que “considera indispensável a descaracterização das moradias vazias” para que o Poder Público possa retomar a área.

“Não vemos óbice a que o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura do Município de São Paulo exerçam suas respectivas competências quanto à ordem pública, segurança e saúde coletivas, procedendo à descaracterização das moradias de famílias que optaram voluntariamente por aceitar a alternativa habitacional proposta pela SDUH e CDHU”, declarou.

O governo federal recomendou à CDHU que “a descaracterização das moradias vazias seja feita de forma cuidadosa, para evitar o impacto na estrutura das casas vizinhas e minimizar a interferência nas atividades cotidianas da comunidade”.

“A cessão da área para a implantação do Parque do Moinho deve atender aos objetivos de desenvolvimento urbano da região, bem como do direito à moradia no Centro, reafirmamos nosso compromisso com a melhoria das condições de moradia das famílias que há muito habitam no local e enviamos nossas saudações”, afirmou o documento.

Fonte: G1 

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