Morre mulher internada com dengue que caiu da janela de UPA no DF

A cozinheira Cidalva Prates Guedes, 53 anos, que tinha caído da janela na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, morreu nessa terça-feira (14), no Hospital de Base de Brasília. A paciente sofreu um traumatismo craniano após ser medicada com sonífero e cair da janela da ala vermelha da UPA. A família alega negligência da unidade.

Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) afirma que não houve omissão por parte da equipe da UPA.

Cidalva havia procurado a UPA com dores abdominais, febre e fraqueza em 4 de março. Ela foi diagnosticada com dengue e estava internada no local havia cinco dias. Segundo a família, Cidalva ficou em observação até 7 de março, quando a situação se agravou e ela foi transferida para a sala vermelha, um ambiente de urgência da UPA. A equipe médica teria informado a família que o local não permitia acompanhantes.

Na noite de última quinta-feira (9), a família foi informada que Cidalva, após apresentar quadro de agitação por 20 minutos, foi medicada com sonífero, teve delírios e pulou da janela com altura de cerca de dois metros. Com a queda, a mulher sofreu traumatismo craniano e precisou ser levada à unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Base.

Ainda de acordo com o relato da família, o socorrista da UTI móvel informou que a paciente deveria ter sido intubada imediatamente após a queda, mas a unidade não realizou o procedimento. Cidalva estava internada no Hospital de Base, em estado grave.

Na noite dessa quarta-feira (14), a família foi informada que Cidalva Prates morreu.

Iges-DF
Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF disse que a paciente deu entrada na UPA com um quadro de dengue em 3 de março, e que foi prestada a devida assistência. Eles também afirmaram que, por Cidalva ter menos de 60 anos, ela não tinha direito a acompanhante.

Veja a nota completa:

“No decorrer do dia, a equipe assistencial identificou uma piora do quadro e a encaminhou para sala vermelha para que a mesma fosse assistida de forma mais intensa e ampla. No momento da admissão, a paciente não apresentava um quadro que necessitasse de contenção, pois não apresentava sinais de agitação ou de violência. Dado momento em que a equipe da sala vermelha prestava assistência a outro paciente da mesma sala. A equipe ouviu o barulho e quando foi ao leito a paciente havia se jogado da janela. No mesmo momento a equipe prestou toda assistência à paciente, reavaliou a mesma e posteriormente a encaminhou e solicitou uma tomografia e um parecer da neurocirurgia do Hospital de Base.

A unidade solicita ao Complexo Regulador vaga hospitalar a todos os pacientes internados e os pacientes das alas são assistidos 24h. Tanto que ao observarem o rebaixamento levaram a paciente para sala vermelha.

A gestão da unidade e o Núcleo de Segurança do Paciente foram comunicados imediatamente e apuraram todos os fatos para que sejam adotadas as medidas necessárias para que situações semelhantes não ocorram novamente. A unidade manteve os familiares informados sobre o quadro da paciente.

O IgesDF esclarece ainda que foi prestada assistência em todo período de permanência da paciente na unidade, e reafirma que não houve omissão por parte da equipe da UPA.

A paciente foi internada no Hospital de Base, onde recebeu todos os cuidados necessários.”

O caso é investigado pela 19ª Delegacia de Polícia Civil, em Ceilândia. A Polícia Civil informou que tomou conhecimento que a vítima morreu nessa quarta-feira (14). Um inquérito policial foi aberto para apurar os fatos.

Caso semelhante
Um homem com síndrome de Down morreu na última sexta-feira (10) após ter recebido alta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Setor O, em Ceilândia, no Distrito Federal. Imagens gravadas por outros pacientes que estavam no local mostram Warlley Eduardo, de 30 anos, agonizando no chão do estabelecimento, sem receber atendimento. Segundo relatos, ele teria ficado cerca de 3 horas passando mal.

A mãe de Warlley, Maria de Lourdes Pires, afirma que houve negligência por parte dos agentes de saúde. Segundo ela, o filho deu entrada na UPA em 9 de março, com um quadro de convulsão e febre.

Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) informou que abriu investigação interna relacionada ao atendimento do paciente.

Fonte: Com informações da Agência Estado

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