Mortes cometidas por PMs sobem 86% no 1º trimestre de 2024, 2º ano do governo Tarcísio em São Paulo

O número de mortes cometidas por policiais militares no estado de São Paulo cresceu 86% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, primeiro ano de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do governo de São Paulo.

Houve um salto de 106 para 197 mortes no período. É o que aponta um levantamento feito pela GloboNews com base nos números divulgados pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público Estadual.

Em nota, a Secretaria Estadual da Segurança Pública disse que “as mortes em confronto são consequência da reação de criminosos às operações de combate à criminalidade, que tem forte presença na Baixada Santista”.

“Em todos os casos foram apreendidas as armas utilizadas pelos suspeitos para atacar os agentes de segurança, sendo as ocorrências rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário”, diz um trecho do comunicado enviado pela pasta (leia mais no final desta reportagem).

Operação Verão
Na Baixada Santista, o aumento das mortes cometidas por PMs no primeiro trimestre deste ano ocorreu de forma mais. Palco desde dezembro da Operação Verão, ação que, em fevereiro, contou com reforço no policiamento após o assassinato de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa de elite da PM, a Baixada registrou uma alta de 427% na letalidade.

De acordo com os dados do Gaesp, nas nove cidades que compõem a Baixada Santista, as mortes cometidas por PMs entre janeiro e março saltou de 15 para 79 entre 2023 e 2024.

Os dados se referem às mortes cometidas por PMs tanto de serviço quanto de folga.

Morte de policial do COE

Este final de semana foi marcado por um caso de letalidade policial. Um cabo do Comando de Operações Especiais, unidade do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque), da PM, de folga foi morto baleado por um colega de serviço na Vila Andrade, Zona Sul de São Paulo (veja vídeo abaixo).

De acordo com a versão oficial, o PM de folga foi baleado quando apontava uma arma para um carro na rua Maria José da Conceição. Policiais em patrulhamento se depararam com o colega pouco antes das 23h00.

Há a suspeita de que a equipe em serviço tenha confundido o PM de folga com um bandido. O caso é alvo de Inquérito Policial Militar (IPM) e é investigado também pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil.

Outro lado
Procurada, a SSP enviou a seguinte nota:

“A SSP esclarece que as mortes em confronto são consequência da reação de criminosos às operações de combate à criminalidade, que tem forte presença na Baixada Santista. Em todos os casos foram apreendidas as armas utilizadas pelos suspeitos para atacar os agentes de segurança, sendo as ocorrências rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.

O compromisso das polícias paulistas é garantir a segurança da população e levar à Justiça aqueles que infringem as leis. Os resultados do 1° bimestre desse ano apontam esse caminho. Houve aumento de 8,5% no número de criminosos presos e apreendidos no estado, totalizando 33.160, e alta de 33,4% de armas apreendidas, e mais de 26 toneladas de drogas – cerca de 400 kg por dia. Fevereiro teve o menor número de casos e vítimas de homicídios dolosos em 24 anos. Na região de Santos, houve quedas de 19% nos roubos e 10,4% nos furtos. As armas apreendidas subiram 84,7% e as prisões, 3,4%.

No estado , nos dois primeiros meses do ano, houve 122 casos de mortes por policiais em serviço, o que representa 0,3% do total de detidos.

Quanto à Operação Verão, a 3ª fase permanece em andamento. Desde o início, 2,6 toneladas de drogas foram apreendidas e 1,1 mil presos.

Sobre a mulher baleada em Santos, os fatos são investigados pelo 5º DP da cidade e pela PM, que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM). Exames periciais estão em andamento, incluindo o residuográfico. Quando concluídos, os laudos serão remetidos à autoridade policial para análise e esclarecimento.”

Fonte: G1

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