Motoristas e cobradores de São Paulo anunciam greve de ônibus na próxima segunda-feira (6)

por Redação

Motoristas e cobradores de ônibus aprovaram, nesta quarta-feira (1º), greve para a próxima segunda-feira (6) em São Paulo. A categoria está em campanha salarial e decidiu pela paralisação em assembleias realizadas nas garagens, o que atrasou a saída dos coletivos no início da operação.

Segundo o presidente do SindMotoristas (Sindicato dos Motoristas e Funcionários em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), Valdevan Noventa, ainda haverá uma nova assembleia até a sexta-feira (3) para decidir como será a greve, uma vez que já há uma determinação judicial para a manutenção de parte da frota em circulação
“Vamos tentar obedecer à determinação da Justiça. A proposta patronal é de 10% de aumento nos salários, mas não em benefícios como alimentação, convênio médico e odontológico, auxílio funeral, e nem a hora de almoço remunerada. A inflação é de mais de 12% e querem 10% ainda parcelado, 4% em maio, 4% setembro e 2% em dezembro. A proposta é indecorosa”, explica.
A SPTrans obteve decisão liminar na Justiça do Trabalho, na noite desta terça-feira (31), que determinou a manutenção de 80% da frota em operação nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

De acordo com Valdevan Noventa, a categoria não parou as atividades um dia sequer durante a pandemia de Covid-19 e, na ocasião, aceitou receber os aumentos parcelados. Ele relata também que o enxugamento dos horários pelas empresas faz com que os trabalhadores não tenham tempo para almoçar e ir ao banheiro entre as viagens.
“Demos a nossa parcela de contribuição, agora queremos ser atendidos. Se usar atestado, desconta o ticket alimentação. Se for por cinco dias, são cinco tickets. A categoria nunca foi valorizada pelo poder público e pelo patronal. As empresas tiveram contratos novos e fogem da mesa de negociação. A proposta foi apresentada pelo SPUrbanuss”, conta o presidente.
Em nota, o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) reafirmou a intenção de manter as negociações “buscando solucionar o impasse com a categoria dos trabalhadores e evitar qualquer problema na prestação dos serviços de transporte urbano, essenciais à mobilidade da população”.

A SPTrans também foi procurada pela reportagem, mas informou que só atua em caso de paralisação e prejuízo às operações no sistema. “A empresa acompanha as negociações trabalhistas entre os operadores de ônibus e as empresas concessionárias e espera que haja entendimento entre as partes e que a população de São Paulo não seja prejudicada”, ressaltou.

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