Mulher lésbica agredida no Metrô diz que PM falou que ela ‘iria apanhar como um homem’

por Redação

A mulher agredida no Metrô de São Paulo no último sábado (6) ouviu do policial militar que a abordou que ela “iria apanhar como um homem”. A vítima é lésbica e estava vestindo uma bermuda com as cores da bandeira LGBTQIAP+.

O episódio aconteceu na plataforma da estação da Luz, da Linha 1-Azul, no Centro da capital paulista, e foi filmado por testemunhas. As imagens com o flagrante do PM desferindo um tapa no rosto da jovem viralizaram nas redes sociais (veja abaixo).

No vídeo, o policial aparece discutindo com a vítima, que está sentada na plataforma. Ele diz “abaixa a mão para mim”, enquanto a mulher responde “você que está me batendo”. Em seguida, o agente dá um tapa no rosto dela.

Ao g1, a advogada Ana Marques contou que a jovem – que prefere não ser identificada – estava sentada na plataforma com as pernas viradas em direção à via, enquanto aguardava o trem. Então, o policial militar fardado apareceu e a puxou pelo colarinho da blusa.

No boletim de ocorrência, ao qual o g1 teve acesso, testemunhas relataram que o policial deu “um tapa na cabeça, três tapas no rosto e um pontapé na costela” da vítima. O caso foi registrado no 2° Distrito Policial do Bom Retiro.

Segundo a advogada, a jovem também foi agredida verbalmente, sendo xingada de “sapatão” e de outras palavras de baixo calão. Para ela, a ação foi “inadmissível” e a classificou como “homofobia”.

Após a agressão, o agente embarcou no trem e não foi mais visto. Nesta segunda-feira (8), a Polícia Militar informou que ele já foi identificado e afastado do trabalho na rua até o fim das investigações da corporação.

Estado de pânico
Ana Marques também contou que a jovem está com o rosto vermelho e inchado, além de apresentar ferimentos no braço e nas costas. “Ela está em estado de pânico, de desespero, de mal-estar, um medo que você não tem ideia.”

Momentos antes de sofrer a agressão no sábado, a vítima tinha sido deixada pelo pai na estação da Luz. Ela estava a caminho de sua casa em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde vive com a esposa.

Segundo a advogada, ela realizou o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal na tarde desta segunda. O resultado deve sair em 10 dias. Uma denúncia também será registrada na Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual do estado de São Paulo.

Procurada no domingo (7), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) lamentou o ocorrido e informou que “a conduta apresentada não condiz com as diretrizes das forças de segurança paulistas”.

A Ouvidoria da Polícia também recebeu as imagens da agressão e solicitou a investigação pela Corregedoria da PM, além do afastamento do policial.

O deputado estadual suplente Agripino Magalhães Júnior ainda repudiou a ação. “Tal violência é inaceitável e fere os princípios mais básicos de respeito aos direitos humanos e da População LGBTQI+. Exigimos respostas imediatas da instituição Polícia Militar do Estado de São Paulo diante deste episódio violento e vergonhoso.”

Tarcísio repudia conduta de policial
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também repudiou a conduta do policial nesta segunda.

Fonte: G1

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