Noites sem dormir, cocaína e delírios: o que se sabe sobre o caminhoneiro

por Redação

O caminhoneiro Nilson Pedro dos Santos, de 35 anos, foi preso neste sábado (14), em Curitiba, após causar uma sequência de acidentes. Dados preliminares apontam que pelo menos 12 carros foram atingidos pelo motorista desgovernado na capital paranaense e outros 35 veículos podem ter sido alvo do caminhoneiro nas rodovias BR-376 e BR-277, por onde o suspeito passou.

Após causar a sequência de acidentes, o caminhoneiro foi detido por policiais militares e agentes da Guarda Municipal (GM) na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O caminhoneiro foi submetido ao teste do bafômetro que apontou a ingestão de álcool – 0,14 mg/l. O suspeito foi encaminhado a Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) e permanece preso.

Uso de drogas
Neste sábado (14), a delegada Vanessa Alice, que estava de plantão, revelou detalhes aos jornalistas Marc Sousa e Lucio Andre, da RICtv, sobre o depoimento do caminhoneiro. Segundo a polícia, Nilson saiu de Embu das Artes (SP) com uma carga de vasilhames de cerveja com destino a cidade de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná.

Por volta das 22h de sexta-feira (13), o motorista parou em um posto de combustíveis na capital paranaense e fez uso de rebite com cerveja. De acordo com a delegada, o homem não esclareceu se usou cocaína junto, porém, a possibilidade não foi descartada.

Delírios do caminhoneiro
Já durante a madrugada, por volta das 5h, o caminhoneiro retornou ao veículo e seguiria viagem de volta a Embu das Artes (SP), porém, teria sido informado que estavam tentando roubar o veículo. Alucinado com a informação, o homem começou a realizar manobras perigosas na BR-376, com o intuito de derrubar os ‘assaltantes’ que estariam em cima da carga.

Motoristas que trafegavam pela rodovia acionaram a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e informaram sobre a queda de engradados de cerveja, devido a uma caminhoneiro que seguia em zigue-zague pela pista.

Agentes da PRF iniciaram as buscas na região de São Luis do Purunã, porém, o motorista não foi localizado.

Imagens impressionantes em Curitiba
Após seguir pela BR-376, o caminhoneiro acessou a BR-277 e chegou a capital paranaense pela região do Parque Barigui. Ainda descontrolado, o motorista seguiu fazendo estragos e atingiu pelo menos 12 veículos em Curitiba, de acordo com informações da Polícia Militar do Paraná (PMPR).

Diversos vídeos e fotos foram compartilhadas nas redes sociais do momento em que o caminhoneiro seguiu desgovernado pela capital. Em uma das imagens, carros são atingidos na região do Park Shopping Barigui e também no bairro Portão.

Alega que não viu acidentes
Durante o depoimento, o caminhoneiro revelou à delegada que não viu os veículos que atingiu durante o percurso entre Ponta Grossa e Curitiba. Nilson alegou que a cabine alta do caminhão impediu que ele visse os carros e motos sendo atingidos.

Pelo menos duas vítimas foram encaminhadas a hospitais de Curitiba devido aos acidentes. Uma das pessoas recebeu alta ainda neste sábado (14).

Falas desconexas
Além do uso de drogas, o teste do bafômetro, feito pela Polícia Militar, constatou o consumo de bebida alcóolica, com 0,14 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Nilson alegou que, já dentro de Curitiba, quando viu uma viatura da PM, no bairro CIC, parou para pedir ajuda para se livrar dos supostos ladrões.

Mas os policiais disseram à delegada que, quando encontraram o caminhão, ele já estava parado na esquina das Ruas Cid Campelo e Bernardo Meyer. Os policiais ainda relatam que, desde este primeiro contato, Nilson falava de forma desconexa.

A delegada pediu uma perícia no local onde o caminhão estava parado, além da perícia no próprio veículo, para averiguar se o caminhão estava sem freio ou tinha alguma pane mecânica.

Prisão do caminhoneiro
O motorista foi autuado por tentativa de homicídio com dolo eventual, direção perigosa, dirigir sob efeito de entorpecente e por omissão de socorro. Para estes crimes, disse Vanessa Alice, não cabe fiança, em função da somatória das penas.

A equipe da RICtv entrou em contato com o advogado do caminhoneiro, porém, o responsável informou que não irá se pronunciar antes da audiência de custódia.

A polícia tem 10 dias para concluir o inquérito.

Notas das empresas
Tanto a empresa de transporte responsável pelo caminhão, quanto a cervejaria Heineken, que era a fornecedora de produtos da carga, emitiram notas sobre a ocorrência. Confira:

Fonte: Com informações da Agência Estado

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