O que é a sepse, quadro que mantém Stenio Garcia hospitalizado

Internado desde o fim de semana, o ator Stenio Garcia, de 91 anos, está sendo tratado para um quadro de sepse, devido à presença de bactérias na corrente sanguínea.

A condição inicial, que é justamente a entrada de bactérias nocivas no sangue, pode ser causada por uma infecção séria ou por algo inofensivo, como uma escovação mais vigorosa dos dentes, explica o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.

“Em tais casos, a maioria das pessoas não apresenta sintomas. Porém, ocasionalmente, a bacteremia leva a infecções, sepse ou ambas”, explica o guia médico.

Na sepse, a bacteremia desencadeia uma resposta séria em todo o corpo, com sintomas que incluem febre, fraqueza, frequências cardíaca e respiratória aceleradas e aumento do número de glóbulos brancos.

“A resposta afeta igualmente muitos órgãos internos, como os rins, o coração e os pulmões, que começam a falhar”, complementa o manual.

Essas bactérias começam a liberar toxinas na corrente sanguínea e, como resposta, o corpo libera substâncias (citocinas) que desencadeiam um processo inflamatório.

As citocinas, por mais que ajudem a combater a infecção, podem causar a dilatação dos vasos sanguíneos, diminuindo a pressão arterial para níveis preocupantes. Elas também podem causar coagulação em alguns órgãos.

Se o quadro piorar, os pacientes podem ter a diminuição do fluxo de sangue para órgãos vitais. Além disso, o coração tenta compensar trabalhando mais, aumenta o ritmo, mas acaba enfraquecido pelas toxinas das bactérias e pelo excesso de bombeamento.

Como consequência, os órgãos e tecidos não recebem mais sangue suficiente e liberam um acesso de ácido láctico no sangue, tornando-o mais ácido.

“Todos esses efeitos resultam em um ciclo vicioso de piora do mau funcionamento dos órgãos”, pontua o Manual MSD.

Algumas pessoas têm mais risco de um desfecho pior em quadros de bacteremia e sepse, inclusive idosos, como é o caso de Stenio Garcia.

Também entram nesse grupo recém-nascidos, grávidas, pessoas com diabetes ou cirrose, pacientes em tratamento para câncer, Aids e outras condições que enfraquecem o sistema imunológico.

Indivíduos com longas internações hospitalares também podem estar mais sujeitos a desenvolver sepse.

O tratamento é feito com antibióticos e outros medicamentos, além do suporte de oxigênio.

“Sem tratamento, a maioria das pessoas com choque séptico morre. Mesmo com tratamento, há um risco significativo de morte. Em média, cerca de 30 a 40% das pessoas com choque séptico morre. No entanto, o risco de morte varia consideravelmente, dependendo de muitos fatores, incluindo a rapidez com que as pessoas são tratadas, o tipo de bactérias envolvidas (principalmente se as bactérias forem resistentes a antibióticos) e o estado de saúde da pessoa”, enfatiza o guia médico.

Fonte: r7

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