Entre 2015 e 2017, o Brasil virou notícia no mundo por causa do número de crianças nascidas com microcefalia. A medida da cabeça dos bebês era menor que 32 centímetros. O cérebro não se desenvolvia, deixando sequelas irreversíveis.
Na época, o país enfrentava um surto de zika, doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti, o mesmo da dengue e da chicungunya. A primeira evidência de que a microcefalia era provocada pela zika veio de Campina Grande, no interior da Paraíba.
A médica Adriana Melo, especialista em medicina fetal, estranhou a ultrassonografia de Ceiça, que esperava a primeira filha, Catarina: “Me chamou a atenção o cerebelo, que é a parte posterior da cabeça, que era mais fino que o habitual”, conta a médica.
Essa seria uma alteração genética, mas o cérebro de Catarina também tinha calcificações que, normalmente, são cicatrizes provocadas por outro motivo: infecções. A mãe, Ceiça, tinha tido zika.
Como estão as crianças que nasceram com microcefalia?
Catarina foi a primeira criança no Brasil a ser diagnosticada com a síndrome congênita do zika vírus.
Ravi nasceu há apenas 7 meses e recebeu o mesmo diagnóstico: microcefalia provocada pelo vírus da zika.
O diagnóstico do Ravi, em Minas Gerais, responde a uma pergunta feita com frequência: sim, mesmo que em menor quantidade, continuam nascendo crianças com microcefalia por causa da zika. A explicação pode estar nos problemas que não foram resolvidos. O Brasil não conseguiu se livrar do mosquito transmissor da zika e nem de um conjunto de fatores que deixam mães e filhos vulneráveis ao vírus: a falta de saneamento básico é um deles.
Assim, Brasil afora, milhares de famílias têm marcas deixadas pelo zika.
Pelo menos 267 crianças diagnosticadas com a síndrome morreram de 2025 pra cá.
Fonte: FANTÁSTICO