Segurança Pai é arremessado de toboágua e fratura coluna, no Paraná: “Dor imensurável” Redação13 de março de 2025026 visualizações O que era para ser um dia de diversão em família se tornou um verdadeiro pesadelo para o farmacêutico e empresário Thyago Vinicius Oliveira, 40, de Assis Chateaubriand, no Paraná. Ele estava com a filha, Ivy, 4, a namorada e as duas filhas dela, de 11 e 5 anos, em um parque aquático em Itaipulândia quando sofreu um grave acidente, que resultou em uma fratura na sua coluna, sacro e pelve, em 9 de fevereiro. “Era umas 15h quando decidimos ir no último toboágua, que eu ainda não havia descido. Então, subimos eu e minha namorada até a entrada do brinquedo. As crianças ficaram na piscina esperando”, conta, em entrevista exclusiva à CRESCER. A namorada foi a primeira a descer. “Depois dela, eu entrei e, logo na primeira curva, percebi que meu corpo estava subindo muito em direção a lateral do brinquedo. Depois de algumas curvas, percebi que tinha escapado. Pensei: ‘Não acredito que isso está acontecendo comigo’. Foi quando senti que havia caído sentado em um local com terra, ao lado de um muro de concreto. A dor foi imensurável, eu gritava por socorro, não conseguia levantar e nem deitar no chão, caí sentado e sentado fiquei”, lembra. Segundo ele, foi uma queda de cerca de 7 metros de altura. “No momento em que eu caí no chão, pensava se iria conseguir pegar minha filha no colo novamente”, lamenta. Rapidamente, algumas pessoas se aproximaram para ajudá-lo. “Também vi minha filha chorando, com medo de chegar perto de mim. Foram uns 40 minutos deitado ali, na terra, até aparecerem com uma maca. Me levaram para uma salinha, meio cambaleando. As pessoas não pareciam profissionais. Nessa sala, esperei por mais uns 40 minutos até a chegada da ambulância”, afirma. Ele foi levado para um hospital, onde foi medicado e, após quatro horas, transferido para outra clínica em Foz do Iguaçu. Lá, ele foi informado que havia fraturado a pelve em diversos lugares, uma fratura chamada “livro aberto com cisalhamento lateral”, a coluna nos níveis L4 e L5 e o sacro. ‘Risco eminente de morte’Thyago precisou realizar três cirurgias para tratar as fraturas. “A primeira foi realizada na hora que eu cheguei no hospital, em Foz do Iguaçu. Já me levaram direto ao centro cirúrgico, pois corria risco eminente de morte. Nessa cirurgia, foram colocados uns ferros que fixaram a pelve”, explica. No dia seguinte, precisou passar por outra cirurgia para fixar mais ferros na pelve. “Aqueles não estavam suficientes e ainda corria risco”, afirma. Quase uma semana depois, ele foi transferido para outra clínica, dessa vez, em Cascavel, onde os fixadores foram retirados. Os médicos reposicionaram os ossos e fixaram com um metal interno. “Passei uns seis dias na UTI, ainda bem instável e com muita dor”, recorda. Quando recebeu alta da UTI, Thyago ainda não conseguia andar. Ele pôde voltar para casa somente no final de fevereiro. “Foi uma notícia que alegrou meu coração, dando mais esperanças ainda. Hoje estou na casa dos meus pais, onde recebo todo carinho e atenção e posso receber visitas da minha filha e amigos diariamente”, diz. ‘Enxergo a vida com outros olhos hoje’A recuperação está sendo longa, mas, com fisioterapia diária, o farmacêutico já recuperou movimentos das pernas. “É um processo muito lento, requer muita paciência, um processo doloroso. São pequenas evoluções diárias”, diz. Ele disse que procura se manter positivo. “Quando descobri que as chances de voltar a andar e poder pegar minha filha no colo aumentaram de 20% para 90%, fiquei extremamente esperançoso e motivado a sair logo desse estado. Desde então, luto todos os dias contra os pensamentos negativos e contra a dor, tentando, a cada dia, ser melhor que ontem. Hoje, estou melhor que ontem e pior que amanhã”, destaca. “Em nenhum momento, eu vi esse acidente como uma punição e, sim, uma evolução. Aprendi muito com isso, enxergo a vida com outros olhos, valorizando pequenos momentos, como um simples abraço da filha, um banho quente no chuveiro ou até mesmo uma caminhada na rua”, afirma. Thyago se sente grato por ter sobrevivido a algo que poderia ser fatal. “Agradeço a Deus por estar vivo e poder seguir com minha vida. Eu não sofri apenas um acidente, nosso Pai me livrou da morte. Despenquei de sete metros de altura e cai em um local de terra, ao lado de um muro de concreto. Se eu caísse 50cm para o lado, eu morreria”, ressalta. ‘Minha filha tem muito medo de chegar perto de mim, de me machucar’O acidente também foi muito difícil para a pequena Ivy. “Ela a minha queda, assim como minha namorada e as duas filhas dela. Ivy fala que o ‘papai saiu voando, caiu no chão e quebrou a bunda'”, conta. Thyago ficou muito tempo longe da filha, que só o visitou uma vez no hospital, pois era proibida a entrada de menores de 12 anos. Agora, em casa, os dois conseguem se ver mais. “Apesar dela vir me visitar e ficar comigo alguns dias, ela tem muito medo de chegar perto de mim, tem medo de me machucar, como ela diz. Isso é frustrante, mas estamos trabalhando e conversando. Acredito que algum dia, ela me dará um abraço”, lamenta. ‘Esses brinquedos eram para ser seguros e confiáveis’Agora, Thyago está focado na sua recuperação, mas pretende entrar com ação judicial contra o parque. “O que eu mais quero é que o parque passe por uma vistoria rigorosa, para que não tenha outro acidente como esse. Imagina se isso acontece com minha filha ou alguma criança? Esses brinquedos deveriam ser seguros e confiáveis, com inúmeros testes de qualidade”, afirma. O pai publicou um vídeo nas redes sociais contando sua experiência e recebeu vários relatos de pessoas que sofreram acidentes semelhantes. “Vieram inúmeras pessoas relatando algum tipo de acidente nesse mesmo parque, um deles, inclusive, foi arremessado para fora como eu, há dois anos. Porém, ele caiu de uma altura mais baixa e teve menos fraturas”, destaca. O acidente ocorreu no Itaipuland Parque Aquático, em Itaipulândia. A CRESCER entrou em contato com o parque, mas não teve retorno. Fonte: revistacrescer