Mundo Papa tem carta de renúncia assinada há mais de dez anos caso problemas de saúde o impeçam de trabalhar; entenda Redação21 de fevereiro de 2025019 visualizações O Papa Francisco assinou, há mais de dez anos, uma carta na qual deixa em aberta a possibilidade de uma renúncia caso sua condição de saúde o impeça de exercer suas atividades. O pontífice foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, na última sexta-feira devido a uma bronquite, com uma atualização em seu quadro nesta terça-feira confirmando o diagnóstico de pneumonia bilateral. A confirmação da existência do documento foi feita por Francisco em dezembro de 2022 ao jornal espanhol ABC, quando ele disse que assinou a carta de renúncia e a entregou ao secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone. “Assinei a renúncia e disse a ele: ‘Em caso de impedimento médico ou algo assim, aqui está minha renúncia. Você a tem'”, disse o papa na ocasião. Questionado, á época, se ele queria que esse fato fosse conhecido, Francisco respondeu: “É por isso que estou lhe contando”. Ele acrescentou que não sabia o que Bertone fez posteriormente com a carta. Fontes do Vaticano afirmaram que, apesar da doença, o Papa se mantém informado e tenta trabalhar, lendo e assinando documentos, escrevendo e conversando com seus colaboradores. Na quarta-feira, a Santa Sé explicou que os exames de sangue “mostram uma leve melhora”, em particular os indicadores” de inflamação. O anúncio de que Francisco está com pneumonia — uma infecção do tecido pulmonar, potencialmente fatal — aumentou a preocupação com a saúde do líder da Igreja Católica. O diagnóstico é complexo porque ele teve parte do pulmão direito removido na juventude. A inquietação sobre a saúde do papa aumentou após a propagação de notícias falsas nas redes sociais, em particular no X, que relatavam a morte de Francisco em vários idiomas. Colaboradores mais próximos do Pontífice e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o visitaram na quarta-feira. Segundo a chefe de governo da Itália, que passou 20 minutos com ele, o Papa estava “alerta e receptivo”. Meloni afirmou que “brincou” com ele. — Não perdeu o seu senso de humor característico — declarou a governante. ‘Situação difícil’Uma fonte do Vaticano afirmou na quarta-feira que o Papa conseguia levantar e sentar em uma poltrona, além de respirar sem a assistência de aparelhos. Os médicos não descartam, porém, que ele precise de auxílio em algum momento. A Santa Sé cancelou os compromissos do Pontífice previstos para esta semana, incluindo uma audiência no sábado e a missa de domingo na basílica de São Pedro. Mas ainda não foi anunciado se ele pronunciará o Angelus ao meio-dia, após a missa de domingo, que será celebrada por um cardeal. — Ainda não sabemos como será feito — declarou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. Para o papa, esta doença representa “uma situação difícil, indubitavelmente”, comentou à AFP Andrea Ungar, professor de Geriatria na Universidade de Florença. — [A infecção] passou de um pulmão para o outro pelos brônquios (…) e pode causar uma insuficiência respiratória — explicou o médico, que ressaltou a importância de que o Pontífice permaneça “ativo”. Fonte: OGLOBO