Parlamentares governistas solicitaram ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes a apreensão do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também pediu que o documento seja retido. Em um evento com apoiadores na sexta (18), Bolsonaro afirmou saber “dos riscos que corre em solo brasileiro”. O R7 tenta contato com a defesa do ex-presidente.
Durante a posse do novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Tebet disse que o “cerco se fechou”. “A eles, o rigor da lei. Não se enganem, que busquem o mais rápido possível apreender o passaporte, porque quem fugiu para não passar a faixa para um presidente que foi legitimamente eleito pelo povo com certeza vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele”, continuou.
Já Érika Hilton (PSOL-SP) e o Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) solicitaram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que Bolsonaro seja impedido de sair do país e tenha o passaporte retido. O pedido foi feito na sexta-feira (18).
As solicitações foram enviadas após o depoimento do hacker Walter Delgatti à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Delgatti afirmou que Bolsonaro pediu a ele para fraudar uma urna eletrônica com o objetivo de pôr em dúvida o processo eleitoral.
Antes disso, o deputado Rogério Correia (PT-MG) apresentou um requerimento à CPMI do 8 de Janeiro. O pedido foi feito na sexta (11) e fundamentado nas investigações da Polícia Federal que sugerem o uso do avião presidencial para levar joias, esculturas e objetos de valor, todos do patrimônio público.
Na última sexta-feira (18), Bolsonaro esteve em Goiânia (GO) para receber o título de cidadão goiano na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Durante o pronunciamento, o ex-presidente ignorou as operações policiais no entorno dele e não comentou a venda das joias que ganhou enquanto era chefe do Executivo ou as afirmações feitas por Delgatti.
Porém, afirmou que sabe dos “riscos que corre em solo brasileiro”. “Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder.” O discurso ocorreu um dia após Moraes ter atendido ao pedido da Polícia Federal, como parte da investigação sobre o suposto esquema, e autorizado a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Nas redes sociais, Fábio Wajngarten — advogado do ex-presidente — ironizou ao postar o print de uma matéria que alega que autoridades estariam monitorando o risco de fuga de Bolsonaro. “Oi?”, comentou.
Fonte: r7