Parte de teto de igreja desaba na Bahia; imóvel estava fechado para visitação e ninguém ficou ferido

Parte do teto da Igreja São João de Deus, em Cachoeira, cidade do recôncavo baiano, desabou no domingo (23). Segundo a Defesa Civil do município, ninguém ficou ferido.

De acordo com o Pedro Erivaldo, coordenador da Defesa Civil de Cachoeira, uma vistoria foi feita no local na manhã desta segunda-feira (24) e o órgão solicitou uma nova inspeção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O templo religioso, que é tombado pelo Iphan, estava fechado para visitação há seis meses por causa das condições do teto, segundo informações do diácono Alan Bacelar, uma dos responsáveis pela paróquia.

O diácono informou ainda que a há seis meses, quando fechou a igreja, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Cachoeira sugeriu à Santa Casa da Misericórdia a interdição do local. Este mesmo comunicado foi encaminhado para o Iphan e à Cúria Diocesana.

O g1 entrou em contato com o Iphan, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

O desabamento aconteceu menos de um mês depois que uma turista de 26 anos morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas após o teto da Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como “igreja de ouro”, desabar no Centro Histórico de Salvador.

Igrejas interditadas
Após o desabamento da “igreja de ouro”, ao menos sete igrejas católicas estão interditadas na capital baiana. Foram identificadas irregularidades em vistorias conjuntas do Iphan e Defesa Civil da cidade.

Segundo o Instituto, as visitas estão acontecendo de forma preventiva e contam com apoio de uma força-tarefa formada por 15 servidores de outros estados. Os dias exatos das visitas nesses locais não foram detalhados.

Ao todo, a Bahia tem 184 bens tombados pelo órgão, sendo que 51 são igrejas. Delas, 30 estão na capital baiana. Segundo a Defesa Civil, 14 igrejas foram vistoriadas.

Para que as igrejas possam reabrir, é preciso que todas as falhas apontadas na vistoria sejam corrigidas. Tarefa que, segundo o Iphan, é de responsabilidade dos proprietários. Porém, eles podem receber ajuda de custo.

Homenagem às vítimas da Igreja de São Francisco

No dia 11 de fevereiro, uma missa de sétimo dia homenageou a turista de São Paulo Giulia Panchoni Righetto, que morreu após o desabamento na “igreja de ouro”. A cerimônia foi realizada em um templo ao lado do imóvel, no Centro Histórico de Salvador.

O caso segue sob investigação e ainda não há ainda um prazo para a conclusão do inquérito. Um dia antes das homenagens, a Polícia Federal assumiu a investigação integral do desabamento.

Antes, a PF dividia as funções com a Polícia Civil da Bahia, que, neste período, ficou responsável por ouvir testemunhas do desabamento.

No entanto, por se tratar de um imóvel tomado pelo Iphan, o trabalho será concentrado no órgão federal. Com isso, os depoimentos colhidos pela Polícia Civil passarão para a PF, que tocará o caso. O processo de realização da perícia ainda está em andamento.

Também na segunda, o Iphan revelou que a igreja recebeu a última vistoria técnica em maio de 2024. Na ocasião, não foram identificados indícios de problemas estruturais que pudessem provocar o desabamento da forração do teto do templo, como aconteceu no dia 5 de fevereiro.

O Iphan informou ainda que realizará a contratação das obras emergenciais que englobarão escoramento, estabilização, acesso e segurança do monumento e dos trabalhadores envolvidos.

Ainda nessa etapa, conforme o instituto, serão realizados os trabalhos de diagnóstico, triagem, catalogação, higienização, proteção e armazenagem das estruturas e bens artísticos que serão restaurados e remontados em uma segunda etapa.

Fonte: G1

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