Futebol Pedro Martins pede demissão do cargo de CEO do Santos Redação27 de maio de 2025031 visualizações Pedro Martins pediu demissão do cargo de CEO do Santos no fim da manhã desta terça-feira. O clube trabalha no mercado em busca de outro profissional para assumir o comando do departamento de futebol alvinegro. Segundo apurado pelo ge, Martins tentava implementar um projeto de modernização no clube, mas vinha enfrentando resistência interna. Algumas decisões como demissões e adoção de processos não foram aceitas, o que frustrou o executivo. A diretoria do Santos, por sua vez, queria colocar Martins gerenciando as áreas administrativas do clube, ficando alocado na Vila Belmiro, e não mais no CT Rei Pelé. O objetivo era manter a ordem administrativa, enquanto o departamento de futebol ficaria a cargo de outro dirigente. Entretanto, Martins não aceitou a reorganização. Nas últimas semanas havia aumentado a pressão sobre Martins, impulsionada pelo péssimo momento do Peixe na temporada, com eliminação na Copa do Brasil e zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, e por casos como a alta multa rescisória do técnico Pedro Caixinha e a oposição em dispensas o atacante Gabriel Veron por indisciplina. Em meio a rumores sobre uma suposta demissão, no último dia 8, Martins publicou uma imagem com o título do filme “Ainda Estou Aqui”, junto da localização na cidade de Santos, nas redes sociais. O presidente Marcelo Teixeira chegou a negar a saída do executivo. Pressão e criseForam vários os episódios que desgastaram o dirigente dentro do clube e perante a torcida santista ao longo dos últimos meses. Declarações dadas pelo ex-CEO em uma entrevista coletiva, em 15 de abril, não repercutiram bem. Naquela ocasião, Martins disse que o saudosismo iria matar o Santos. Cobrando modernização, o dirigente afirmou que o clube tem problemas crônicos e que ficou para trás dentro da indústria do futebol brasileiro e revelou que o Peixe enfrentava dificuldades, como a falta de uma maior integração entre setores. O ex-CEO também declarou que o Santos não entregaria a chave do clube para nenhum treinador. Naquela época, Jorge Sampaoli, com perfil centralizador, negociava para assumir o comando do time. Depois da entrevista bombástica, as negociações com o argentino foram interrompidas. Parte desses posicionamentos causou incômodo porque havia o entendimento de que determinados pontos deveriam ser tratados internamente, e não publicamente. A entrevista deixou o clube exposto. Clique aqui e saiba tudo sobre o Santos A entrevista coletiva ocorreu depois da demissão de Caixinha, devido ao péssimo início do Santos no Brasileirão – em uma sequência negativa que continuou com o interino César Sampaio e o novo treinador, Cleber Xavier. Martins esteve à frente da negociação envolvendo a contratação do técnico português e era fiador da permanência dele em meio à crise. Ele disse ter concordado com a demissão, mas fez questão de ressaltar que as trocas constantes de treinador eram um problema. A avaliação interna é de que o Santos cedeu em muitos pontos em um contrato que não era financeiramente benéfico para o clube, como a cláusula da multa contratual pelo rompimento do acordo. O Peixe teria que pagar 2 milhões de euros (cerca de R$ 12,8 milhões) em dez dias após a demissão de Caixinha. Contando a comissão técnica inteira, são em torno de R$ 15 milhões. O clube tentou negociar o parcelamento desses valores, mas não chegou a um acordo com o treinador, que levou o caso à Fifa. A situação pode, futuramente, acarretar um novo transfer ban ao Santos. Outro imbróglio envolveu Veron. Com casos reincidentes de atrasos a treinos, o atacante acabou multado e cortado do duelo contra o Grêmio pelo Brasileirão. Existia uma corrente dentro do clube que defendia o afastamento definitivo do atleta e até uma devolução do atacante ao Porto, de Portugal. No entanto, o ex-CEO se posicionou contrariamente e bancou a manutenção do jogador, que tem treinado normalmente com o restante do elenco. Pedro Martins no SantosMartins havia sido contratado pelo Peixe no fim de dezembro de 2024 para assumir a função que era de Paulo Bracks. Ele também acumulou o posto de diretor de futebol, que pertencia a Alexandre Gallo. No Peixe, o CEO liderou o ciclo de contratações para o início da temporada, encabeçado pela vinda do técnico Caixinha. Além dele, chegaram o lateral-direito Leo Godoy, os zagueiros Zé Ivaldo e Luisão, os meias Zé Rafael, Rollheiser e Thaciano e os atacantes Deivid Washington, Tiquinho Soares, Barreal e Gabriel Veron. O Santos também repatriou o meia-atacante Neymar. Tratou-se, porém, de uma contratação mais complexa, sem o envolvimento direto de Martins, com o presidente encabeçando as conversas. Fonte: GE