Perícia pode confirmar se morte de bebê preso ao gol em creche é homicídio culposo

A Polícia Civil investiga a morte de Enrico Braga Souza, de apenas 1 ano e 7 meses, no CEU (Centro Educacional Unificado) Meninos, na zona sul de São Paulo. Ele ficou preso à rede do gol no campo de futebol. O delegado Douglas Dias Torres apura se houve negligência por parte das cinco professoras que cuidavam de cerca de 30 crianças na ocasião.

“Foram requisitados exames, perícias, aí nós vamos confrontar com o material que obtivemos para termos certeza do que realmente aconteceu e poder apontar o que, de fato, houve”, explicou.

De acordo com o delegado, o menino estava participando de uma atividade extracurricular no campo de futebol quando o acidente aconteceu.

“Acredito que ele pôs o pescoço naquele vão da rede e que possa ter perdido o equilíbrio e não ter alcançado o solo com a mão. E, com o peso do próprio corpo, pode ter ocasionado este fato. Ali ele permaneceu e veio a desfalecer”, afirmou Douglas Torres.

Também serão analisadas as imagens das câmeras de segurança do CEU. Em um vídeo gravado por familiares do bebê, uma funcionária da unidade não deu detalhes de como a criança se prendeu à rede.

“A gente afastou as professoras e vai ver o que aconteceu. Foi na quadra, no campo de futebol. Não sabemos como aconteceu”, alegou.

O velório e sepultamento do bebê acontecem no Cemitério Memorial Jardim Santo André, no ABC Paulista, na manhã desta quinta-feira (1º).

O caso
A morte aconteceu dentro do CEU Meninos, por volta de 9h20 desta quarta-feira (31).

Segundo a família de Enrico, desde fevereiro a criança frequentava a creche de segunda a sexta-feira das 7h40 às 17h.

Em depoimento na delegacia, o pai do aluno, Elson Henrique Mariano de Souza, contou que a esposa recebeu uma ligação da diretora da escola às 9h20, informando que havia ocorrido um acidente com Enrico.

“Durante atividade pedagógica, cinco professoras acompanhavam as crianças no local e, assim que foi identificada a situação, todas as medidas necessárias foram tomadas e a família, imediatamente contatada”, informou a prefeitura por meio de nota.

Os funcionários socorreram o menino até a UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Seckler e pediram aos pais que se deslocassem o mais rápido possível. Quando chegou na unidade, Elson viu o filho em uma maca, recebendo oxigenação externa.

Os médicos ainda o informaram que “ele não respirava, mas estavam tentando reanimá-lo”, segundo informações do boletim de ocorrência.

Devido ao estado de saúde gravíssimo, levaram Enrico para ambulância e o transferiram para o AMA Sacomã apesar de o pai pedir que o levassem para o Hospital São Luiz. Na AMA, o aluno entrou em parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimar o menino por 40 minutos, porém ele não resistiu.

Inicialmente o caso foi registrado como morte suspeita no 95° Distrito Policial de Heliópolis. Mas o delegado afirmou à Record TV que pode mudar a natureza do boletim para homicídio culposo a depender do resultado dos laudos periciais.

Os professores e a diretora da creche prestaram depoimento sobre o caso.

Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal da Educação informou que abriu, em caráter prioritário, uma apuração para verificar as circunstâncias da tragédia ocorrida no CEU Meninos.

Segundo a prefeitura, “o CEU possui um brigadista capacitado em primeiros socorros que atendeu a criança, que foi levada até a UBS. A diretora regional Marta Malheiros acompanhou a família no atendimento médico”.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o aluno teve o óbito constatado na AMA Sacomã.

O secretário-adjunto, Bruno Lopes Correia, esteve no local para acompanhar a situação e o Naapa (Núcleo de Apoio e Acompanhamento das Aprendizagens), composto por psicólogos e psicopedagogos, foi acionado para prestar acolhimento aos funcionários e crianças.

Todas as atividades das unidades do CEU estão suspensas nesta quinta e retornarão na sexta-feira (2), com exceção do CEI (Centro de Educação Infantil) Meninos, que retomará as atividades apenas na segunda-feira (5).

Fonte: Com informações da Agência Estado

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