PF prende quatro novos suspeitos de tráfico de drogas em bagagens do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande SP

por Redação

A Polícia Federal em São Paulo prendeu nesta quarta-feira (24) mais quatro suspeitos de trocarem etiquetas de malas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Os presos – três homens e uma mulher – são acusados de terem sido aliciados por quadrilhas de tráfico internacional de drogas para participarem do esquema de remessa de entorpecentes ao exterior.

Entre os detidos pela PF estão dois funcionários de uma empresa privada chamada Orbital – que trabalham na área restrita de bagagens do aeroporto – além de um funcionário da companhia aérea Latam e uma mulher que dava suporte de fora dos terminais para o grupo.

No total, os federais cumpriram sete mandados de busca e apreensão nesta quarta (24) em Guarulhos e também na capital paulista.

As investigações que levaram à prisão dos quatro suspeitos começaram em fevereiro, quando a PF encontrou uma mala com 21kg de cocaína em tabletes no aeroporto de Brasília.

Os federais desconfiaram que a carga tenha ido parar na capital do país por um erro do grupo criminoso, que tinha a intenção de enviar a droga para o exterior, mas a mala acabou indo para outro estado.

A partir daí, os policiais foram atrás das imagens do envio das malas em Guarulhos e identificou os suspeitos.

Nas imagens, é possível ver a mulher presa chegando com a mala que está com as drogas. Ela recebe o apoio do funcionário da Latam, faz o check-in, despacha a mala e vai embora do aeroporto.

Lá dentro do terminal, os funcionários fazem a troca das etiquetas das malas.

Os quatro presos desta quarta (24) foram ouvidos pelo delegado que comanda as investigações, mas ficaram em silêncio, apenas negando participação no esquema.

Os detidos estão em prisão temporária decretada pela Justiça.

O que dizem as empresas
Por meio de nota, a Latam disse que “até o momento não há confirmação de envolvimento de funcionário da companhia nessa operação”.

“A companhia está à disposição das autoridades para eventuais esclarecimentos e ressalta que repudia veementemente o ocorrido”, declarou.

A GRU Airport, concessionária responsável pelo aeroporto, afirmou por sua vez que “os colaboradores detidos não fazem parte do quadro concessionária”, mas que colabora com as informações aos órgãos policiais.

A Orbital foi procurada pela reportagem, mas não respondeu o contato até a última atualização desta reportagem.

Outros presos

Esse não é o primeiro grupo preso pela Polícia Federal acusado do crime de tráfico internacional de drogas. Em julho do ano passado, os federais prenderam outras 16 pessoas na segunda fase da operação que investigava a ação de traficantes de drogas no Aeroporto de Cumbica.

Imagens inéditas mostram as duas mulheres que levaram a Polícia Federal a identificar os mandantes da quadrilha que trocava etiquetas de bagagens dentro do maior aeroporto do país. Carolina Pennacchiotti e Tamiris Zacharias entraram na mira dos investigadores em março. Foram elas que despacharam as malas com droga que receberam as etiquetas com os nomes das duas turistas brasileiras presas injustamente na Alemanha, com a bagagem trocada.

Na época, a Polícia Federal prendeu sete suspeitos de participar da quadrilha, incluindo Carolina, que foi solta por decisão da Justiça. Tamiris prestou depoimento e também foi liberada.

As investigações mostraram que o bando agia no Aeroporto em Guarulhos desde 2021, e que foi responsável por pelo menos outras duas remessas de droga para o exterior – além do caso das duas brasileiras: uma para Lisboa, em outubro de 2022, e outra para Paris, em março de 2023. Um total de 120 kg de cocaína.

Em uma conversa obtida pelos policiais, Carolina Pennacchiotti comemorou com outro integrante da quadrilha o sucesso do envio da mala com drogas para Portugal dizendo: “A parada girou redonda”.

Nesta terça-feira (18), a Polícia Federal prendeu as duas mulheres e outros 14 suspeitos; dois continuam foragidos.

A descoberta do esquema de troca de etiquetas levou as autoridades a identificarem uma série de falhas na segurança do aeroporto. Depois disso, por exemplo, a Receita Federal proibiu o uso de celulares em áreas restritas do terminal. Mas, quatro meses depois, muitas dessas fragilidades, como a instalação de câmeras, ainda não foram corrigidas.

Na noite desta terça, a polícia prendeu um dos foragidos.

O Jornal Nacional não conseguiu contato com as defesas de Carolina Pennaquiotti e de Tamiris Zacharias.

A administração do aeroporto afirmou que está elaborando o projeto de ampliação do número de equipamentos de segurança, seguindo cronograma indicado no programa do governo federal.

Fonte: G1

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