Playcenter: área que abrigava o parque hoje tem prédios, escola e mata fechada

Por quase quatro décadas, o Playcenter foi um dos símbolos da cidade de São Paulo e está na memória daqueles que frequentaram o parque de diversões. Às margens da Marginal Tietê, o local fechou as portas em 2012, deixando para trás um terreno de 85 mil metros quadrados – equivalente a dez campos de futebol. Hoje, a área abriga prédios, escola e uma área de mata fechada.

O Playcenter foi inaugurado em 1973 e ocupou a área até 2005, quando já estava passando por crises e problemas financeiros em decorrência das despesas elevadas com os terrenos, que sempre foram alugados. Acidentes nas atrações e gastos com a manutenção foram outros motivos que causaram o fechamento do parque. Veja o destino de alguns dos brinquedos.

O espaço era um ponto turístico da cidade, e quem passava pela Marginal Tietê podia ver atrações como a montanha-russa Looping Star. Hoje, esse cenário é formado por torres comerciais de 31 andares. O Brasília Square Offices está começando a ser ocupado agora, quase 11 anos após o fechamento do Playcenter.

Um outro lote, onde ficavam atrações como a Montanha Encantada, hoje dá lugar a duas torres residenciais, entregues em 2015. Divididos em apartamentos de três e quatro dormitórios, o condomínio abriga cerca de cem lares em dois blocos.

Há um acordo entre o prédio residencial e a Prefeitura de São Paulo para a preservação de uma área de mata fechada que também fazia parte do Playcenter. Ao lado de uma das marginais mais movimentadas da cidade, a área verde conta com um córrego, que também já estava ali na época do Playcenter.

No local, o zelador Ricardo Santos Queiroz, de 44 anos, que atua em um dos novos condomínios, contou ao R7 que, mesmo com o local completamente tomado por mata, consegue reconhecer trechos que visitou diversas vezes quando ainda era adolescente.

“O carrinho de bate-bate passava por perto, e o teleférico cruzava por cima do córrego. Depois de anos, vim trabalhar no lugar onde ficava o Playcenter. Fica aquela memória afetiva e parece que eu ainda vejo o parque”, relembrou Ricardo, que trabalha na zeladoria do condomínio há oito anos.

As mudanças atingiram também a área do estacionamento. A rua onde os ônibus de excursões ficavam estacionados atualmente abriga o Colégio Renascença, que deixou sua antiga sede em Higienópolis, em 2018. A instituição atende 1.200 alunos em 18 m², sendo que 4 mil m² são apenas de área verde, segundo a assessoria do colégio.

No local, as únicas construções remanescentes do Playcenter são o antigo almoxarifado, o ambulatório médico e o edifício administrativo.

Memória

O zelador Ricardo Queiroz afirma que o parque marcou a sua adolescência e que sente falta de ter um lugar como o Playcenter em São Paulo para levar o filho, de 14 anos. “Quando passo de carro na marginal, sempre mostro para o meu filho que eu trabalho aqui e que aqui foi o Playcenter. Até para os amigos dele eu falo que trabalho no terreno do Playcenter”, conta.

Quando Ricardo soube que tinha conseguido o emprego no condomínio, ele ficou feliz, mas saudoso. “Senti um abandono quando soube que o parque ia fechar. Não tem tanto lazer como esse em São Paulo, faz muita falta”.

Nas redes sociais, é comum ver pessoas expressando a falta que sentem do parque e da época em que costumavam frequentar as atrações. Quando passam nas proximidades do Playcenter, muitos não conseguem distinguir, porém, onde está o terreno onde tanto brincaram em outros tempos.

Fonte: r7

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