Polícia põe inteligência de todo o estado de SP para investigar sumiço de 21 metralhadoras do Exército

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) acionou o programa Muralha Paulista após o sumiço de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, notado durante inspeção no local, na última semana. O caso é investigado pelo Exército brasileiro.

O programa Muralha Paulista unifica centrais de inteligência e base de dados das polícias em 643 cidades do estado, em que câmeras e radares se interligam, permitindo que movimentações possivelmente relacionadas ao sumiço do armamento sejam detectadas e investigadas — entenda mais sobre o projeto neste link.

Além disso, segundo a SSP, registros digitais de veículos e pessoas nas vias próximas e de acesso ao local do crime estão sendo analisados, “com o objetivo de identificar alguma anormalidade de interesse policial”, informou a pasta.

O Exército mantém 480 militares aquartelados para a investigação do sumiço das 21 metralhadoras. Eles não podem sair até que todos sejam ouvidos para que o órgão identifique dados e informações relevantes que possam levar até os responsáveis pelo furto.

O R7 questionou o Exército sobre o tempo em que esses agentes ficarão aquartelados, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Armas que podem derrubar aviões
A ausência do armamento, sendo 13 metralhadoras calibre .50, capazes de derrubar aviões, e de outras oito de calibre 7,62 mm, foi notada durante uma inspeção no local, na última terça-feira (10).

“Os armamentos são inservíveis e estavam no Arsenal, que é uma unidade técnica de manutenção, responsável também para iniciar o processo de desfazimento e destruição dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada”, informou o Exército.

Metralhadoras calibre .50 são equipamentos de interesse de grupos criminosos organizados, como o PCC (Primeiro Comando da Capital), conhecido por “alugar” armas de alto calibre para assaltos a carros-fortes, transportadoras e agências bancárias.

Em 2016, o assassinato do megatraficante Jorge Rafaat Toumani, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, foi realizado com o uso desse armamento pesado.

Já o fuzil automático leve (FAL) de calibre 7,62 é adotado pelo Exército como armamento-padrão de combate desde a década de 1960. “O FAL utiliza a munição 7,62×51 mm Nato, que concede ao armamento uma alta precisão no engajamento dos alvos e grande letalidade”, descreve um estudo da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Rio. A análise acrescenta que, a partir de 2017, começou uma substituição gradual do FAL por um armamento de calibre 5,56 mm.

Fonte: r7

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