Organizadas Polícia procura presidente, vice e diretor da Mancha Alviverde e mais três palmeirenses por emboscada a cruzeirenses da Máfia Azul em SP Redação31 de outubro de 2024029 visualizações A polícia de São Paulo faz buscas nesta quinta-feira (31) para tentar encontrar e prender o presidente, o vice-presidente e um diretor da Mancha Alviverde e mais três integrantes dessa que é a principal torcida organizada do Palmeiras. A Justiça decretou no dia anterior as prisões temporárias, por 30 dias, dos seis palmeirenses. Dois ônibus que levavam torcedores da Máfia Azul para Minas Gerais foram vandalizados: um acabou incendiado e outro foi depredado. Eles são investigados por suspeita de participarem do ataque aos ônibus dos torcedores cruzeirenses da Máfia Azul, no domingo (27), em Mairiporã, na Grande São Paulo. Um torcedor da organizada do Cruzeiro morreu e outros 17 cruzeirenses ficaram feridos após uma emboscada feita pela torcida do Palmeiras na Rodovia Fernão Dias. Até a última atualização desta reportagem nenhum dos membros da Mancha Alviverde haviam sido presos ou se entregaram. Todos são considerados foragidos da Justiça. Os pedidos de prisões contra os seis torcedores do Palmeiras haviam sido feitos pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MP). Além de decretar as prisões, a Justiça também determinou que a polícia cumprisse mandados de busca e apreensão. Um dos endereços é o da sede da organizada. São procurados: Jorge Luiz Sampaio Santos, presidente da Mancha Alviverde;Felipe Mattos dos Santos, o “Fezinho”, vice-presidente da Mancha Alviverde;Leandro Gomes dos Santos, o “Leandrinho”, diretor da Mancha Alviverde;Henrique Moreira Lelis, o “Ditão Mancha”, membro da Mancha Alviverde;Aurélio Andrade de Lima, membro da Mancha Alviverde;e Neilo Ferreira e Silva, o “Lagartixa”, professor de artes marciais (boxe e muai thai) e membro da Mancha Alviverde.Até a última atualização desta reportagem, dois cruzeirenses continuavam internados em hospitais de Mairiporã e Franco da Rocha, na região metropolitana. A Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) identificou oito pessoas ligadas à Mancha Alviverde que participaram da emboscada contra torcedores do Cruzeiro. A Promotoria apura o envolvimento de torcidas que agem como “facções criminosas”. Segundo a Drade e o Gaeco, três dos suspeitos investigados têm postos de liderança dentro da Mancha Alviverde. Seis dos palmeirenses tiveram as prisões temporárias por 30 dias pedidas pela delegacia. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, que acompanha a investigação policial, concordou com os pedidos. As autoridades estão analisando vídeos que circulam na internet e filmagens de câmeras de segurança para identificar mais autores do ataque a ônibus dos torcedores da Máfia Azul. O caso foi registrado incialmente na Delegacia de Mairiporã como homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e tumulto com violência — este no âmbito da Lei Geral do Esporte. A investigação passou a ser feita depois pela Drade, com sede na capital paulista. O g1 e a TV Globo apuraram que o Ministério Público foi favorável aos pedidos de prisões feitos pela polícia por causa do risco de fuga dos suspeitos e que eles destruam provas dos crimes. Os promotores destacaram que as imagens refletem banalização da violência e crença absoluta na impunidade. Ainda segundo a Promotoria, a emboscada dos palmeirenses aos cruzeirenses demonstra escárnio com o poder público e com a sociedade e a audácia da ação planejada e executada à luz do dia. De acordo com o MP, a Mancha Alviverde ainda tentou refutar o vínculo com os fatos, publicando nota oficial isentando a responsabilidade, apesar do evidente interesse e envolvimento da cúpula nos crimes. Torcida organizada proibida de ir a estádios Nesta quarta-feira (30), a Federação Paulista de Futebol (FPF) divulgou comunicado interno informando que irá acatar a recomendação do MP para proibir a presença da Mancha Alviverde ou de torcedores com seus uniformes e bandeiras em estádios de futebol no estado de São Paulo. O que dizem torcidas e clubes A TV Globo e o g1 tentam contato com a Mancha Alviverde para comentar a decretação das prisões dos seis torcedores palmeirense. E também para comentarem a decisão da Federação Paulista de Futebol que proibiu a entrada da torcida organizada em partidas de futebol no estado de São Paulo. Em suas páginas oficiais na internet, a direção da Mancha Alviverde negou que tenha organizado, participado ou incentivado qualquer ação relacionada a emboscada contra os cruzeirenses. E que não se responsabiliza por ações isoladas de palmeirenses envolvidos no ataque. A torcida informou ainda que lamenta profundamente o que ocorreu e que repudia com “veemência” a violência. A direção da Máfia Azul se manifestou em suas redes sociais na web. No Instagram, a torcida fez postagens com mensagens repudiando o ataque dos palmeirenses contra cruzeirenses. Numa delas, escreveu que “o choro da mãe do seu rival não traz a alegria da sua”. O Palmeiras informou por meio de nota enviada à TV Globo que repudia as cenas de violência do final de semana envolvendo torcedores do clube contra a torcida do Cruzeiro. E defendeu uma punição rigorosa para os criminosos. O Cruzeiro também se manifestou informando por sua rede social que “lamenta profundamente” mais um episódio de violência. E que é preciso dar um basta a atos criminosos. ‘Tropa do Jorge’, gritaram palmeirenses Filmagens feitas pelos próprios palmeirenses viralizaram nas redes sociais. Eles mostram como eles atacaram cruzeirenses no domingo passado em Mairiporã. Nos vídeos é possível ver e ouvir os torcedores da Mancha Alviverde gritando contra cruzeirenses feridos no chão que são membros da “tropa do Jorge”, numa alusão ao presidente da torcida organizada do Palmeiras. Nesse momento é possível ver o palmeirense pisando na cabeça do torcedor do Cruzeiro. O cruzeirense morto é José Victor Miranda, torcedor da Máfia Azul,. Ele tinha 30 anos e, segundo seus parentes informaram à reportagem, a vítima estava dentro de um ônibus que foi incendiado e acabou sofrendo queimaduras fatais. Um laudo pericial da polícia irá apontar oficialmente a causa da morte. O exame ainda não ficou pronto. Catorze dos cruzeirenses feridos foram socorridos por ambulâncias e levados para o Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Outros três torcedores do Cruzeiro seguiram para um hospital em Franco da Roch Fonte: G1