A Polícia Civil de São Paulo passou a trabalhar com a hipótese de que o empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, cujo corpo foi encontrado na semana passada dentro de um buraco no Autódromo de Interlagos, tenha sido morto em uma briga, possivelmente com seguranças do evento de motociclismo que ele visitou no dia 30 de maio.
O laudo feito pelo Instituto de Criminalística indicou que Adalberto sofreu compressão torácica e asfixia, o que a polícia até então suspeitava que pudesse ter ocorrido com o homem já dentro do buraco onde foi encontrado — trata-se de uma cavidade de três metros de altura em uma obra da prefeitura. Agora, acredita-se que o empresário pode ter perdido a consciência durante uma briga, possivelmente com alguém pressionando seu tórax com o joelho enquanto Adalberto estivesse imobilizado no chão.
A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ivalda Aleixo, afirmou em entrevista à TV Globo suspeitar que Adalberto estivesse tentando cortar caminho na saída do autódromo para chegar ao estacionamento, e para isso tenha passado pela área reservada onde está sendo realizada a obra. Ali, ele teria sido abordado por seguranças. Adalberto havia consumido bebida alcoólica no evento.
A nova linha de investigação ganhou força após os depoimentos de cinco seguranças e dos chefes dessa equipe, que foram ouvidos na segunda-feira no DHPP.
— O caso está melhor encaminhado, está abrindo um pouco. Talvez a gente tenha que ouvir novamente os seguranças. Tem algumas coisas que não batem — disse Ivalda ao repórter Lucas Jozino.
Outra linha de investigação especula que o empresário possa ter sofrido um golpe “boa noite, Cinderela” em seu carro. No último sábado, a Polícia Civil encontrou marcas de sangue em pelo menos quatro pontos dentro do veículo. Ainda não há laudo que aponte se esse sangue seria de Adalberto.
A polícia também suspeita que, se de fato o corpo do empresário foi colocado no buraco em que foi achado, quem o pôs ali conhecia bem o local. O corpo foi encontrado sem calça e sem tênis.
A mulher do empresário, Fernanda, de 34 anos, disse acreditar que o marido tenha sido vítima de um crime. Em entrevista ao g1, a mulher afirmou que a família está passando por um “pesadelo sem respostas”. Os dois estavam casados há oito anos.
No evento em Interlagos para os amantes de motos, o empresário gravou um vídeo com uma câmera presa no capacete, mas o equipamento também não foi localizado até agora.
Fonte: OGLOBO