Integrantes da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) formavam a cúpula de duas empresas de ônibus — a Transwolff, na Zona Sul, e a UPBus, na Zona Leste — que eram usadas para lavar dinheiro do crime.
Nesse período, a prefeitura assumiu a operação das 145 linhas dessas duas empresas e divulgou um balanço dizendo que o serviço melhorou, mas quem usa o transporte diariamente — e até quem trabalha nas concessionárias — não concorda com a gestão municipal.
“É difícil, porque a fila está enorme. Tem vez que tem duas filas e o ônibus ainda não sai. Demora, aí a gente chega atrasada no serviço”, lamenta a diarista Maria de Jesus.
“Demora, demora muito. Tem vez que chega no ponto, fica meia hora esperando o ônibus, e não sai”, conta a aposentada Dirce Bueno.
Balanço positivo da prefeitura
A Prefeitura de São Paulo divulgou que, no primeiro mês de intervenção, os ônibus das 145 linhas da Transwolff e UPBus transportaram 650 mil passageiros;
O número representa um aumento de 270 viagens por dia, em média;
Com os números apresentados, a prefeitura diz que alcançou o objetivo de reduzir os intervalos entre as viagens e proporcionar mais conforto aos passageiros.
O motorista Rafael de Castro também afirma que não houve mudança alguma: “Está da mesma maneira. [O ônibus] sai no mesmo horário. Mesma quantidade de viagens. Não mudou nada. A mudança ainda vai vir, só esperar passar tudo”.
A gestão Ricardo Nunes (MDB) diz que está definindo os parâmetros para contratar uma empresa de auditoria para dar suporte aos trabalhos dos interventores nas concessionárias e que espera ampliar a transparência dos processos e da administração das empresas durante o período em que a condução é feita pela SPTrans.
A Transwolff foi a que mais recebeu multas da SPTrans nos primeiros três meses do ano. Foram 16.158 autuações, o que dá, em média, 18 multas por dia.
A administração pública também solicitou ao Ministério Público que a prefeitura seja incluída como assistente de acusação no processo.
Fonte: G1