Brasil Prefeitura paga por exames transvaginais em homens, e polícia apura desvios na Bahia Redação17 de dezembro de 2024028 visualizações A Polícia Civil da Bahia deflagrou nesta terça-feira (17) uma operação que apura fraudes em licitações e desvios de até R$ 12 milhões de verbas da saúde na Prefeitura de Formosa do Rio Preto, cidade do oeste baiano na divisa com o Piauí. A investigação identificou evidências de irregularidades na prestação de serviços, incluindo plantões fictícios, pagamentos de serviços não prestados e a realização de exames incompatíveis com o público-alvo, caso de ultrassonografias transvaginais em pacientes cisgêneros do sexo masculino. Nove pessoas são investigadas na Operação USG, incluindo secretários municipais, servidores, médicos e donos de empresas suspeitas. A Polícia Civil chegou a informar que o prefeito reeleito Manoel Afonso de Araújo, conhecido como Neo (PSD), estaria entre os investigados, mas retificou a informação. A Prefeitura de Formosa do Rio Preto informou que contratou uma empresa de auditoria após tomar conhecimento das denúncias e já vem apurando o caso há meses. Também destacou que age de forma colaborativa e sempre esteve à disposição das autoridades. Documentos obtidos pela Folha apontam que ao menos três clínicas investigadas apresentaram diversas listas com nomes repetidos de pacientes, que teriam realizado o mesmo exame mais de uma vez em um curto intervalo de tempo. Em outros casos, os nomes dos pacientes foram alterados, mas permaneceram os mesmos números de cartão do SUS. Pacientes homens que constam nas planilhas de exames transvaginais também foram ouvidos pela polícia e negaram ter sido submetidos a procedimentos médicos nas datas que constam nos registros. “Identificamos que empresas fictícias foram contratadas pela prefeitura para que pudessem fazer exames que não foram efetivamente realizados, em um esquema de lavagem de dinheiro”, explica a delegada Márcia Pereira, diretora do Draco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). A operação cumpre mandados de busca e apreensão em residências, clínicas e postos de saúde em Formosa do Rio Preto e nas cidades de Corrente e Bom Jesus, ambas no Piauí. A Justiça também determinou o afastamento de servidores, a suspensão de pagamentos a empresas e o bloqueio de recursos das contas de três clínicas e de outros investigados. A cidade de Formosa do Rio Preto possui 25,8 mil habitantes e é um dos principais polos do agronegócio na região do oeste baiano. Fonte: FOLHA