A Presidência da República retirou do seu canal no YouTube o vídeo da transmissão ao vivo de um ato político desta quarta-feira (1º) no qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu votos a Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
O conteúdo, que havia sido transmitido pelo canal oficial da Presidência na plataforma, deixou de ser acessível ao público comum.
Embora o vídeo ainda apareça nos resultados da ferramenta de busca da plataforma (confira na imagem abaixo), ao tentar acessar o material, o YouTube informa que o material é privado (veja na imagem acima).
O vídeo também não está mais disponível no CanalGov, perfil da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) responsável pela transmissão de atos da Presidência. O conteúdo, no entanto, ainda está publicado no perfil pessoal de Lula no YouTube.
O g1 questionou a Secretaria de Comunicação da Presidência sobre o motivo que levou o vídeo a ficar inacessível, mas ainda não obteve resposta.
No vídeo retirado do ar pela Presidência, Lula discursa ao lado de aliados em uma celebração do 1º de Maio, na Arena do Corinthians, localizada na Zona Leste de São Paulo.
Em determinado momento, o petista convida Guilherme Boulos ao centro do palco e faz um “apelo” aos participantes. Ao classificar a disputa pela Prefeitura de São Paulo como uma “verdadeira guerra”, Lula pede votos a Boulos.
Propaganda antecipada
O Diretório Municipal do MDB de São Paulo, partido do prefeito Ricardo Nunes, pré-candidato à reeleição e adversário de Boulos, afirmou, em nota, que considerou a fala de Lula propaganda eleitoral antecipada, e que vai levar o caso à Justiça Eleitoral.
A legislação eleitoral impõe restrições à propaganda na chamada pré-campanha e proíbe pedidos explícitos de voto.
Na nota, o partido de Nunes declarou, ainda, que vai pedir a aplicação de multa e a abertura de inquérito contra Lula.
O presidente do diretório municipal da legenda, Enrico Misasi, avaliou que a declaração de Lula é “uma afronta à legislação eleitoral vigente”.
“Eleição não é guerra e a população paulistana não pode ser a vítima. O povo de São Paulo merece uma eleição justa, com debates propositivos sobre a cidade e pré-candidatos que não se coloquem acima da lei”, declarou Misasi em nota.
O coordenador da pré-campanha de Boulos, Josué Rocha, declarou, em nota, que Nunes “tenta criar uma cortina de fumaça para despistar o uso de eventos oficiais da Prefeitura”.
Fonte: G1