Preso desde março, Chiquinho Brazão já recebeu mais de R$ 70 mil em salários da Câmara

por Redação

Preso desde março e acusado de ser um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco, o deputado Chiquinho Brazão já recebeu mais de 70 mil reais em salários desde então e o gabinete dele já custou neste ano mais de 1,2 milhão de reais para os cofres da Câmara. Brazão ainda deve continuar recebendo os recursos nos próximos meses, já que o processo de cassação contra ele ainda não foi pautado para votação no plenário da casa e não aparece entre as prioridades na última semana de trabalhos antes do recesso.

Dados do portal de transparência da Câmara mostram que mesmo preso, Brazão continuou a receber salários. Foram quase 72 mil reais desde março. Os valores têm sido reduzidos, já que o bruto mensal dos deputados está em cerca de 44 mil reais. Brazão, no entanto, têm sofrido descontos por faltas nas votações, já que está preso. Ainda assim, são quase 8 mil reais líquidos por mês. E no gabinete dele são mantidos 24 funcionários ativos, com gasto de mais de 1,2 milhão de reais neste ano.

O Conselho de Ética da Câmara aprovou o parecer favorável à cassação de Brazão ainda no mês de agosto. Depois, em setembro, a Comissão de Constituição e Justiça negou o último recurso de Brazão. Desde então o caso está liberado para votação no plenário, mas ainda não foi colocado na pauta pelo presidente Arthur Lira. O deputado Chico Alencar, do PSOL, critica a demora para que o caso seja analisado.

Para Roberto Livia-NU, procurador de justiça e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, a demora em analisar a cassação de Chiquinho Brazão é muito negativa para a imagem da Câmara e passa uma sensação de impunidade.

Para que Brazão perca o mandato, são necessários pelos menos 257 votos favoráveis no plenário, em votação aberta de nominal. A defesa dele nega as acusações e o envolvimento na morte de Marielle. Em audiência no Supremo, Chiquinho chegou a chorar e disse que era amigo da vereadora.

Fonte: CBN

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