Brasil Reservatórios estão acima de 50%, mas sistema elétrico depende de chuva e fenômeno La Niña no fim do ano, apontam especialistas Redação20 de setembro de 2024035 visualizações Mesmo com a seca histórica no Brasil, os reservatórios das usinas hidrelétricas estão acima de 50% — em melhores condições que em outras crises hídricas do passado. Mas é a intensidade das chuvas nos últimos meses do ano que deve ditar as perspectivas para o sistema elétrico. 💡Por temer uma piora, o governo já começou a tomar algumas medidas para garantir o fornecimento de energia. Na quinta-feira (19), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) se reuniu de forma extraordinária, no Rio de Janeiro, para analisar um plano de contingência elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O objetivo do plano é garantir o suprimento de energia no sistema interligado nacional e em Roraima — único estado que não está conectado ao restante do país. Especialistas ouvidos pelo g1 observam que o governo está se antecipando para o pior cenário: a continuidade da seca nos últimos meses do ano, quando começa o período úmido, e em 2025. A última previsão do ONS aponta que deve chover abaixo do inicialmente previsto em setembro. Dessa forma, os reservatórios fechariam o mês com níveis inferiores a 50% no principal subsistema do país, o Sudeste/Centro-Oeste. Veja as estimativas: Sudeste/Centro-Oeste: 46,9%Sul: 48,4%Nordeste: 50,3%Norte: 74,3% Outras perspectivasO meteorologista Alexandre Nascimento, sócio-diretor da empresa de previsão Nottus, pinta um cenário mais otimista. Segundo ele, há perspectiva de retorno da chuva nos últimos três meses de 2024. “Mas é aquela chuva que vai cair num solo seco, extremamente castigado. A ENA [Energia Natural Afluente, ou seja, a quantidade de água que chega às usinas] vai demorar a responder”, afirmou. Para Alexandre, no final de outubro o sistema elétrico pode começar a ver um aumento no fluxo de água para geração de energia nas usinas hidrelétricas. “Estamos falando da segunda quinzena de outubro, então tem ainda um mês de sofrimento e talvez ancorado nesses preços elevados [de energia]”, continuou. A previsão da Nottus é que chova mais nos meses de outubro, novembro e dezembro deste ano, em relação à primavera de 2023. “Ali [em 2023] foi o começo do caos, e esse ano [2024] é o começo da retomada”, declarou o metorologista. Segundo a previsão da Nottus, a recomposição dos reservatórios só deve acontecer entre o final do ano e o início de 2025. A incidência do fenômeno climático La Niña de baixa intensidade também deve ajudar o sistema elétrico. O La Niña aumenta a incidência de chuvas no Norte e Nordeste. “Se formar de fato a La Niña e a perspectiva permanecer para o último trimestre, aí temos um período úmido que deve ser infinitamente melhor do que foi no ano passado. Não é aquela condição de ter uma super chuva como foi de 2021 para 2022, mas os modelos estão bastante otimistas”, declarou. Fonte: G1