São Paulo São Paulo tem nova madrugada de enchentes e alagamentos; chuva intensa continua nesta semana Redação3 de fevereiro de 2025047 visualizações A região metropolitana de São Paulo registrou novamente uma madrugada de caos devido a alagamentos, enchentes e deslizamentos. Segundo o Corpo de Bombeiros, apenas entre meia noite e 6h desta segunda, houve 31 chamados para desmoronamentos e deslizamentos, 9 para enchentes e 19 chamados para quedas de árvores, e o alerta da Defesa Civil foi emitido em algumas regiões onde mais choveu. As zonas Sul e Oeste foram as mais afetadas. Nesta manhã, a chuva cai com menos intensidade, mas de forma constante, e há diversas vias da cidade com semáforos quebrados, o que provoca aumento no trânsito. A previsão é de novas tempestades para esta tarde, e a chuva deve persistir durante toda a semana. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta laranja para a região. No Campo Limpo, Zona Sul, pessoas que estavam numa igreja ficaram ilhadas e tiveram de ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Taboão da Serra e Embu das Artes também registraram alagamentos. Um trem da Linha 9 (Esmeralda), operada pela ViaMobilidade, ficou cheio de água, conforme mostram vídeos publicados nas redes sociais. Houve transbordamento nos córregos Pirajuçara, no Campo Limpo, e Morro do S, no Capão Redondo. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas de São Paulo (CGE), o potencial para inundações e deslizamentos de terra deve permanecer elevado nesta segunda, devido ao solo encharcado e a continuidade das chuvas. A capital registrou 161 milímetros de chuva nos dois primeiros dias de fevereiro, um acumulado que corresponde a 65% do total de chuva esperada para todo o mês, de 246 milímetros. No Largo do Taboão, a água chegou a mais de 2 metros de altura e deixou um rastro de destruição em comércios e clínicas, e agentes da prefeitura atuam para limpar as ruas, que estão cheias de barro. Um bar na rua Doutor Getúlio Vargas ficou completamente alagado, mesmo estando elevado em relação ao nível da rua. O local existe há sete anos, e nunca tinha sofrido com uma enchente desse nível. — Um amigo me ligou, falou que estava alagando, cheguei aqui era 19h. Só que a água estava batendo na roda do carro, aí não entrei na rua. Aí fiquei esperando, quando a chuva reduziu, por volta da 1h, eu entrei. E aí estou aqui até agora limpando tudo. Só de sistema de som, o prejuízo foi mais de R$ 30 mil, fora as geladeiras, bebidas — contou Eder Ribeiro, sócio do local, que às 8h desta segunda ainda estava lavando o bar e calculando os prejuízos. A poucos metros dali, na Avenida Francisco Morato, uma drogaria amanheceu destruída, mostrando a força do alagamento: barro por todo lado, remédios e produtos de higiene pessoal no chão, marcas da água que chegou até o galpão da loja. Clayton Ribeiro, dono do local há cinco anos, disse que nunca tinha passado por uma situação semelhante. — Quando começou a chover, fiquei acompanhando as imagens da câmera de segurança de casa, e por volta das 20h já vi que estava subindo muito a água. No começo da madrugada, quando a chuva parou, eu vim aqui ver o estrago e vi que já estava tudo destruído. Estou desde a 6h da manhã limpando, calculo uns R$ 30 mil de prejuízo só de remédio, que é caro. Agora infelizmente é tentar recuperar né, fica de experiência — falou. Em nota, a prefeitura de Taboão informou que foram vários os fatores que resultaram no alagamento na cidade hoje, a começar pela chuva de quase 200 milímetros que fez os quatro piscinões do município encherem. “A Prefeitura entrou em contato com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), responsável pelo bombeamento das águas, e foi informada que as comportas do piscinão do Largo do Taboão foram abertas e que as bombas que revertem o fluxo da água estavam funcionando em potência máxima. Vale ressaltar que a manutenção dos piscinões é de responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo e da Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas)”, destacou. Fonte: OGLOBO