Seca e queimadas: Lula diz que Exército pode usar jovens do serviço militar para combater fogo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (11) que o Brasil pode recorrer aos jovens em formação militar para reforçar as linhas de combate às queimadas e aos impactos negativos da estiagem prolongada em quase todo o país.

Segundo Lula, a ideia já foi levada ao comandante do Exército, general Tomás Paiva. O presidente não informou prazo para a medida ser colocada em prática.

“Eu disse [ao comandante do Exército] que, quem sabe, a gente devesse aproveitar esse jovens que vão servir o Exército para que a gente formasse eles exatamente na Defesa Civil, para que eles tivessem preparados para enfrentar desastres climáticos”, afirmou Lula em entrevista à rádio Norte FM.

Ao citar a ação de brigadistas voluntários para combater as queimadas no Pantanal, Lula disse esperar que a população brasileira aprenda e se dedique a enfrentar os impactos negativos das mudanças climáticas – assim como aprendeu a lidar com a dengue, fazendo pequenas ações em casa para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Autoridade climática
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar nesta quarta-feira que o governo levará a sério a questão climática e não tratará o tema como “secundário”.

Na terça (10), após visita ao Amazonas, Lula anunciou que vai tirar do papel a promessa de criar uma autoridade nacional para o clima, além de editar uma medida provisória com o “estatuto jurídico” para a emergência climática.

O governo ainda não informou qual será o modelo dessa autoridade climática – se será uma instância superior aos ministérios ou abrigada no Ministério do Meio Ambiente, por exemplo. Também não detalhou se terá orçamento próprio e quem será o chefe do novo órgão.

Segundo Lula, o governo quer “aproveitar esse momento” em que os olhos estão voltados para a Amazônia para cobrar o financiamento internacional das ações de preservação.

“Para que a gente receba em dinheiro para cuidar das pessoas que moram lá. Nós temos que fazer os europeus e o mundo desenvolvido entender que embaixo de cada copa de árvore mora uma pessoa. Tem um extrativista, um seringueiro, um pescador, um indígena, um pequeno colono. Essa gente pode usar a preservação da floresta como uma forma de viver, de ganhar dinheiro, de cuidar da sua família”, disse Lula.

Garimpo e proteção a yanomamis
Lula também foi questionado sobre o avanço do garimpo na região Norte e sobre a proteção aos indígenas Yanomami – população que há anos sofre com doenças contagiosas, desnutrição e alta mortalidade infantil.

“Aqui em Brasília corre um boato de que o governador [de Roraima, Antonio Denarium] teria vinculação com essa gente do garimpo. E o que estamos fazendo é investigando e tentando proibir. Não é fácil você destruir 757 dragas e balsas. O problema é que como quem financia o garimpo não está lá, está em outro lugar, você destrói uma balsa e no dia seguinte tem outra balsa. Destrói uma draga, no dia seguinte tem outra draga”, disse.

Fonte: G1

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