Quem frequenta a rua Cardeal Arcoverde e a avenida Doutor Arnaldo, ambas na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, percebeu que os semáforos estão sendo trocandos por equipamentos mais modernos. Até o fim do ano, pelo menos 270 cruzamentos deverão receber os chamados “semáforos inteligentes”, segundo o SP Regula (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município).
Esses semáforos conseguem fazer uma distinção de qual via terá um fluxo maior de carros e dá preferência para o sentido mais congestionado da via, de acordo com o doutor em engenharia com foco em mobilidade urbana, Luiz Vicente Figueira de Mello Filho.
A mudança começou no segundo semestre de 2023 e será realizada exclusivamente nos 2.586 cruzamentos com semáforos estratégicos na área de rodízio, pelos próximos três anos.
O especialista em mobilidade urbana explica que os semáforos normais são definidos hora a hora, de acordo com o fluxo de veículos que foi medido ao longo do tempo. Assim, os faróis possuem um tempo semafórico determinado a cada horário do dia e da noite.
“O semáforo inteligente acaba não precisando mais desta parametrização. Por meio de sensores parecidos com os que são utilizados em carros autônomos, só que ao invés de ver se tem alguma pessoa em algum veículo na frente, ele [o sensor] faz uma contagem de veículos que estão esperando.”
Os novos equipamentos podem ser identificados por uma linha amarela que contorna a caixa de luzes dos semáforos. O objetivo da mudança é reduzir falhas utilizando a coleta de dados de tráfego, como fluxo de veículos e lentidões.
Para Marcus Quintella, diretor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Transportes, o grande ganho dessa mudança é a possibilidade de trazer fluidez no trânsito e geri-lo em tempo real. “O semáforo inteligente vai te dar, além de fluidez, menos tempo parado no sinal, porque você também está vendo o que está acontecendo ali. É um equipamento que vem com várias possibilidades de tecnologia”, afirma.
Outro benefício, segundo o especialista, é que as antenas de 5G hoje, são muito compactas e o semáforo inteligente permite que elas sejam instaladas neles próprios. “Agora, com 5G, ele pode realmente tomar uma proporção melhor.”
Iluminação pública
Para fazer a manutenção e a reformulação do sistema semafórico da capital paulista, em agosto do ano passado, a Prefeitura de São Paulo conseguiu autorização do TCM (Tribunal de Contas do Município) para um aditivo ao contrato da PPP (Parceria Público Privada) da iluminação pública, vigente desde 2019.
Dessa forma, a empresa que cuida da iluminação pública da cidade ficará responsável também pelos semáforos. São Paulo tem o maior parque semafórico do país, com 6.666 cruzamentos e travessias.
A Ilumina SP assumiu todos os custos envolvidos na prestação do serviço. Desde então, a concessionária é a responsável pelos gastos com energia elétrica e pelos riscos. A Prefeitura de São Paulo estima uma economia de cerca de R$ 5 milhões mensais.
Fonte: r7