A cidade de São Paulo vai ganhar um novo museu: o Memorial da Luta pela Justiça, que irá ocupar o antigo prédio das Auditorias Militares, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, e tem a previsão de ser inaugurado em 2026.
O objetivo é transformar o prédio em um espaço dedicado à memória de advogados, ex-presos políticos e acusados durante o regime militar brasileiro.
Segundo o Memorial da Resistência, durante a ditadura militar, as auditorias assumiram também o julgamento dos então chamados “crimes políticos”. Acusados de crimes contra a Segurança Nacional, os réus participavam de audiências no local.
Nesta sexta-feira (26), a Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB-SP) vai assinar o acordo de Cooperação Técnica com os ministros Silvio Almeida, de Direitos Humanos e Cidadania, e Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, além do diretor-executivo do Núcleo de Preservação da Memória Política, Maurice Politi.
O acervo foi organizado pelo Núcleo de Preservação da Memória Política que, além de documentos e gravações, também possui relatos de pessoas que passaram pelas Auditorias Militares durante a ditadura, seja na condição de réus, advogados ou familiares e que contam a experiência vivenciada na época.
O trabalho foi realizado por historiadores e pesquisadores do Núcleo e será parte importante do acervo do Memorial. São mais de 65 testemunhos, incluindo o do advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, que Comissão Nacional da Verdade (CNV) em 2013, e a ex-presa política Amelinha Teles, feminista histórica, cofundadora da União de Mulheres do estado de SP e integrante da Comissão da Verdade de SP.
Algumas das pessoas que gravaram depoimentos também vão participar da cerimônia de assinatura do termo de cooperação.
O prédio é de propriedade federal, mas foi cedido em comodato por 20 anos para a OAB de São Paulo.
Fonte: G1