Toda vez que nos alimentamos com uma banana, estamos ingerindo radioatividade e isso não é exclusivo dela. Outros alimentos, como a castanha-do-Pará, a cerveja e até a água, também têm esse componente em sua estrutura.
Mas não precisa ter medo, a quantidade de radiação não é o suficiente para fazer mal à saúde. Por exemplo, para desenvolver um câncer, a pessoa precisaria comer um milhão de bananas de uma vez só.
Quase todos os alimentos que consumimos têm um grau de radioatividade, explica o pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Bruno Melo Mendes.
Isso porque existem materiais radioativos que estão no solo desde que a terra foi criada, sendo passados para os alimentos cultivados e até mesmo para a água. Há ainda radiação na atmosfera, que entra no nosso organismo sempre que respiramos – sim, nós também temos a nossa radiação natural.
A radiação da banana
Normalmente, os alimentos possuem a radiação derivada do potássio. No caso da banana, que é muito rica neste elemento, se trata do componente Potássio 40, diz Mendes.
Mas se trata de uma quantidade muito pequena. A banana tem 0,1 microsievert (μSv), medida usada para indicar o impacto da radiação ionizante sobre os seres humanos, chamada também de dose equivalente, que leva em conta os efeitos biológicos da radiação absorvida.
A banana também é considerada uma unidade de medida de radiação, é a dose equivalente de banana (DEB), outra forma de chamar o μSv.
Por exemplo, ao dormir ao lado de alguém, somos expostos a 0,05 μSv, uma dose equivalente a meia banana.
Para causar a morte imediata, a quantidade de radiação deve ser de 5 milhões de μSV, aponta o pesquisador.
Já para causar câncer, um estudo com sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki aponta que seria necessária uma dose de 100 milisievert (mSv), um milhão de vezes maior do que ingerimos ao comer uma banana.
Ainda assim, um caminhão cheio com a fruta poderia acionar um detector de radioatividade mais sensível. Isso porque a energia consegue atravessar objetos e chegar até o detector.
Mendes explica que o nosso corpo está acostumado com pequenas doses de radioatividade e que isso é importante para a evolução dos seres vivos. “Então, a radioatividade contribui para essa diversidade do planeta”, diz.
Fonte: G1