O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Ricardo Lewandowski, anunciado nesta quinta-feira (11) como o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, vai tomar posse do cargo em 1º de fevereiro e que Flávio Dino permanece no posto até a data. O futuro titular da pasta vai ter a prerrogativa de montar sua equipe, mas vai discutir os nomes para ver “quem entra, quem sai”, declarou o petista.
“Normalmente, eu tenho por hábito cultural não indicar ninguém para nenhum ministério. Eu quero que as pessoas montem o time que ele vai jogar. Eu, se fosse técnico de futebol, não permitiria que o presidente do meu time, por mais importante que fosse, fosse escalar o meu time. O meu time sou eu que escalo. Se eu perder, me tirem, se eu ganhar, eu continuo… Dia 1º vamos fazer a posse do nosso querido Lewandowski como ministro da Justiça, e aí já vai ter equipe montada. Ele vai conversar comigo e vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, disse Lula.
O anúncio de Lewandowski como futuro ministro da Justiça foi feito na manhã desta quinta-feira (11), no Palácio do Planalto, em Brasília. Lula estava acompanhado de Dino e da primeira-dama, Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja. Na agenda, o presidente da República contou uma história sobre o convite feito ao ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu tinha conversado com o ministro Lewandowski, tinha feito uma proposta e sabia das naturezas privadas dele. Eu conheço a família dele, conheço a mulher dele, e achava que ela ia colocar dificuldades dizendo para ele ‘meu amor, vamos viver a nossa vida agora, deixa para lá esse negócio de política’. E, graças a Deus, a Iara teve a compreensão de falar ao Lewandowski que ‘eu sei que você quer ir, então vá, meu amor’. E ele ontem me comunicou que aceita ser o novo ministro da Justiça deste país.”.
Lula relatou estar feliz com as duas escolhas – Lewandowski na Justiça e Dino no STF. “Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, a Suprema Corte e o povo brasileiro com essa dupla que está ao meu lado, cada um na sua função”. Em outro momento, o presidente falou que as medidas tomadas “coroam” seu primeiro ano do mandato à frente do Palácio do Planalto.
Uma das questões de impasse no Ministério da Justiça se trata da secretaria-executiva, atualmente ocupada por Ricardo Cappelli, que afirmou aos interlocutores que só fica na pasta se continuar no atual cargo. Ele foi o braço-direito de Dino e ganhou prestígio por sua atuação como interventor federal na segurança pública do Distrito Federal depois dos atos extremistas do 8 de Janeiro.
Nesta quinta-feira, Cappelli usou as redes sociais para afirmar que não pediu demissão do cargo. “Vou sair de férias com a minha família e voltar para colaborar com a transição no Ministério da Justiça e Segurança Pública. União e Reconstrução”, escreveu o secretário-executivo. A reportagem apurou que Lewandowski tem o desejo de designar o jurista Manoel Carlos de Almeida Neto para o posto.
Após o anúncio, durante o momento de fotografias, Lula afirmou que Janja tem a expectativa que Lewandowski coloque muitas mulheres no ministério. “Certamente”, respondeu o futuro ministro da Justiça. As declarações não foram transmitidas e foram dadas fora dos microfones. Ao assumir o Planalto, o petista tinha 11 ministras entre as 37 pastas. Agora, tem apenas nove mulheres entre 38 ministérios.
Fonte: r7