O número de mortes em decorrência do terremoto de 7,8 graus na escala Richter, que atingiu o sul da Turquia e o norte da Síria na madrugada desta segunda-feira (6), já chega perto de 1.500. Segundo as autoridades dos dois países, ao menos 1.504 pessoas morreram devido ao abalo sísmico.
Segundo dados divulgados pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan, foram contabilizadas 912 mortes e 5.385 feridos. O último balanço oficial do governo sírio informou que o tremor matou pelo menos 592 pessoas e 1.500 feridos.
O epicentro do abalo sísmico ocorreu a 26 km ao leste da cidade turca de Nurdağı, que tem pouco mais de 40 mil habitantes e fica a cerca de 650km da capital Ancara, de acordo com o USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos).
O tremor surgiu a 17,9 km de profundidade, na província de Gaziantep, sudeste do país, próximo à fronteira com a Síria. O sismo ocorreu pouco às 4h17 no horário local da Turquia (22h17 no Brasil), de acordo com USGS.
O tremor também deixou centenas de desaparecidos, que estão presos nos escombros dos prédios e das construções que foram destruídas. A expectativa é de que o número de mortos suba ao longo do dia.
Mais de mil prédios desabaram completamente, o que sugere um número de vítimas muito maior, informou o vice-presidente turco, Fuat Oktay.
Os abalos foram sentidos também na capital turca, Ancara, e em outras cidades. Os aparelhos registraram um sismo inicial e, logo em seguida, mais dois terremotos aconteceram na mesma região.
Busca por sobreviventes
Segundo o vice-presidente turco, pelo menos três dos aeroportos da zona afetada, Hatay, Maras e Gaziantep, foram fechados ao tráfego. A neve e as tempestades que atingiram a região impediram o tráfego em outros aeroportos, incluindo o de Diyarbakir, segundo a AFP.
Algumas imagens na televisão turca e nas redes sociais mostram pessoas assustadas, de pijama, vagando pela neve enquanto observam equipes de resgate vasculhando os escombros de suas casas.
A emissora NTV indicou que havia prédios desabados nas cidades de Adiyaman e Malatya.
Enquanto isso, a televisão estatal síria relatou o desabamento de um prédio perto de Latakia, na costa oeste do país.
A mídia pró-governo informou que vários prédios desabaram parcialmente em Hama, no centro da Síria, onde bombeiros e equipes de resgate tentavam resgatar um sobrevivente dos destroços.
Raed Ahmed, chefe do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico da Síria, disse à rádio oficial que este foi “historicamente o maior terremoto já registrado”.
Os Capacetes Brancos disseram que a situação é “catastrófica” e pediram às organizações humanitárias internacionais para “intervir rapidamente” para ajudar a população local.
Ajuda internacional
Na Turquia, o ministro do Interior, Suleyman Soylu, declarou que “todas as nossas equipes estão em alerta” e pediu ajuda internacional.
O Azerbaijão, país aliado da Turquia, anunciou o envio imediato de 370 socorristas, segundo a agência oficial de notícias turca.
Estados Unidos, União Europeia, França, Itália, Alemanha e Israel também informaram o envio de equipes de emergência.
A Turquia está localizada em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo.
Especialistas alertam há muito tempo que um grande terremoto poderia devastar Istambul, que permitiu construções generalizadas sem precauções.
Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu Elazig em janeiro de 2020, matando mais de 40 pessoas. Em outubro desse mesmo ano, outro de magnitude 7,0 sacudiu o Mar Egeu, causando 114 mortos e mais de 1.000 feridos.
Fonte: Com informações da Agência Estado