Brasil Torres e Valdemar falam à PF, enquanto Bolsonaro e Braga Netto mantêm silêncio; veja detalhes Redação23 de fevereiro de 2024043 visualizações Em depoimento simultâneo à PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (22), aliados e o ex-presidente Jair Bolsonaro usaram estratégias diferentes para se defender da suspeita de tentativa de golpe de Estado. Enquanto Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto ficaram em silêncio durante a oitiva, o presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, quebrou o voto de silêncio e respondeu às perguntas. Ao todo, na sede da PF, foram colhidos 13 depoimentos de investigados na Operação Tempus Veritatis. Confira como foram os depoimentos Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto e General HelenoO ex-presidente permaneceu cerca de 30 minutos na sede da Polícia Federal e optou por não responder às perguntas. Braga Netto e Augusto Heleno, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), adotaram a mesma estratégia. Eles alegam que não tiveram acesso ao conteúdo das investigações, portanto optaram por não responder. A reportagem apurou que o general Mário Fernandes, ex-ministro interino da Secretaria-Geral, também optou pelo silêncio. Segundo a investigação da PF, ele teria pressionado outros militares por uma ruptura institucional após a eleição. Anderson TorresO ex-ministro da Justiça respondeu aos questionamentos dos investigadores por mais de cinco horas. Ele negou qualquer participação em reuniões relacionadas à elaboração de um decreto golpista e declarou que nunca frequentou acampamentos em quartéis do exército. Fontes consultadas pela RECORD afirmam que o ex-ministro da Justiça não está envolvido em negociações para um acordo de delação premiada. Valdemar Costa NetoA defesa de Valdemar declarou que as perguntas feitas ao presidente do PL também foram respondidas. “A defesa não fará qualquer comentário sobre as investigações”, finalizaram os advogados de Valdemar. A Polícia Federal quer saber se Valdemar seria uma peça-chave do chamado “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” do grupo que supostamente planejava o golpe de Estado. De acordo com a investigação, o papel dele seria o de “principal fiador dos questionamentos” ao processo eleitoral. Filipe MartinsOutro investigado que decidiu falar sobre o episódio foi Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro. Em nota, os advogados de Martins afirmaram que o depoimento foi “claro e objetivo” e que Filipe está “tranquilo, mas inconformado com sua prisão”. Ele está preso desde 8 de fevereiro, dia que a PF deflagrou a operação. Coronel Marcelo CâmaraO coronel é apontado pela PF como responsável por um suposto sistema paralelo de inteligência que monitorou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, durante o governo Bolsonaro. A reportagem apurou que durante o depoimento, Câmara foi levado de volta ao batalhão onde está detido porque seu advogado não estava presente. O advogado de Câmara também representa Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro, que prestou depoimento nesta quinta-feira (22). Tércio Arnaud TomazSegundo a PF, o ex-assessor de Bolsonaro era considerado um dos nomes mais importantes do chamado “gabinete do ódio”. Tércio depôs por cerca de cinco horas e respondeu a 168 perguntas. Ele negou participação em reuniões sobre a minuta do golpe, afirmando que não frequentava o gabinete do ex-presidente Jair Bolsonaro e costumava esperar do lado de fora ou em uma sala separada. Entenda a investigaçãoO grupo de aliados de Bolsonaro é investigado pela PF no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder após a derrota nas eleições de 2022 para o Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações foram obtidas por meio da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel Mauro Cid, e confirmadas pelos investigadores por meio de dados dos dispositivos moveis dos investigados. A PF tem informações sobre uma reunião que aconteceu no Palácio do Planalto, na qual os alvos das investigações estariam tratando sobre uma minuta que estabeleceria um estado de sítio no país. O PL, segundo apontam as investigações da Polícia Federal, foi “instrumentalizado” para financiar e comandar a estrutura de apoio à suposta tentativa de golpe de Estado. O partido repassou R$ 1.225.000 ao instituto “Instituto Voto Legal” no segundo semestre de 2022. A organização foi responsável pela elaboração do “Relatório Técnico — Logs Inválidos de Urnas Eletrônicas”, divulgado em 15 de novembro de 2022, que questionava a segurança das urnas eletrônicas, especialmente as fabricadas até 2020. Além disso, a legenda manteria uma casa no Lago Sul, região rica de Brasília, utilizada como comitê de campanha do Jair Bolsonaro, que depois seria frequentada por entusiastas e articuladores do suposto golpe de Estado. O local foi chamado pela PF de “QG do Golpe”. Fonte: r7