CBF

Triplo de salário na Arábia e jogo de paciência com o Real minaram acerto entre Ancelotti e CBF

O maior salário do futebol brasileiro e provavelmente também entre técnicos de seleções não foi suficiente para que Carlo Ancelotti colocasse em prática o acordo para dirigir a seleção brasileira.

A dificuldade para acertar a rescisão com o Real Madrid somada a cifra astronômica de mais de R$ 225 milhões por ano sinalizada por clubes sauditas emperrou as negociações e fez com que a CBF encerrasse as conversas. A urgência por um substituto para Dorival Júnior já em maio fez com que a entidade descartasse novamente o risco de ficar sem Carleto, como aconteceu há dois anos.

A justificativa formal para o entrave foi a dificuldade para negociar com Florentino Perez o encerramento do contrato que vai até meados de 2026 com o Real, mas mensagens vindas da também Arábia Saudita tiveram peso para que o treinador recuasse no “sim” para as condições apresentadas pela CBF. Al Hilal e Al Ahli já indicaram o interesse e aguardam o fim da temporada para intensificar as conversas.

A sinalização é de um contrato de até 40 milhões de dólares por ano (R$ 225 milhões), mais do que o triplo dos 10 milhões de euros (R$ 64 milhões) que o Brasil indicou pagar pelo mesmo período. Hilal e Ahli se enfrentaram na terça-feira pela semifinal da Champions Asiática, que, por sinal, definirá o favorito nesta corrida.

O Ahli venceu por 3 a 1 e aguarda Al Nassr ou Kawasaki Frontale na decisão. Em caso de título, o treinador alemão Matthias Jaissle segue no cargo, mas um revés fará com que as conversas se intensifiquem por Ancelotti. A busca do Al Hilal é mais emergencial e envolve também a Seleção.

Eliminado da competição continental e a seis pontos do Al Ittihad faltando cinco rodadas para o término da Liga Saudita, o clube vê Jorge Jesus em fim de ciclo e já pensa em troca para o Mundial de Clubes. O português, por sinal, passa a ser o favorito na corrida para assumir o Brasil até a Copa do Mundo e já é sabido que a multa rescisória é de 2 milhões de euros a partir de maio.

Todo cenário juntamente com o impasse envolvendo a saída do Real Madrid colaboraram para que Ancelotti não tivesse pressa para firmar um contrato com a CBF antes da solução pelo distrato com os merengues. O italiano tem 25 milhões de euros brutos (13.2 milhões líquidos) para receber até o fim do contrato em meados de 2026 e não abrirá mão de todo o valor.

O Real, por sua vez, entende que a saída deve acontecer sem custos diante da proximidade de acerto com a CBF, o que gerou o impasse com cara de cabo de guerra. De um lado, o clube tenta reduzir gastos para o fim do contrato. Do outro, Ancelotti sabe do desejo de Florentino de ter Xabi Alonso e reluta em abrir caminho pedindo demissão.

Foram esses acontecimentos que fizeram a CBF recuar e não ficar a mercê do que está sendo discutido sem sua participação na Espanha. Faltando um mês para o início da próxima Data Fifa, o foco agora está em Jorge Jesus, com Abel Ferreira como alternativa em caso de nova novela.

Fonte: GE

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