Troca de etiquetas e despacho irregular: veja como cocaína era enviada de SP para o exterior

por Redação

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira (7), oito suspeitos por envolvimento em esquemas de tráfico de drogas, enviadas do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para a Europa e a África.

A Operação Bota Fora reuniu três investigações de grupos que usavam divdrsos métodos para o despacho ilegal de cocaína, como troca de etiquetas e entrada de malas e cargas de forma irregular em aviões, burlando a segurança do aeroporto.

No total, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão contra alvos nas cidades de Guarulhos e em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Cinco foragidos ainda são procurados pela PF. Também foram apreendidos no Brasil e no exterior quase 700 kg de cocaína que tinham como destino a Alemanha, a Etiópia e Portugal.

Segundo o delegado Felipe Faé Lavareda de Souza, da PF, os investigados são funcionários de empresas terceirizadas que atuavam no saguão, onde é realizado o check-in e o despacho de malas, e na área restrita. Pessoas que realizam entregas de cargas — e não trabalham no aeroporto — também são alvo da operação.

Os casos investigados pela polícia ocorreram em 2021 e 2022. A descoberta do esquema foi possível por meio da análise de imagens de circuitos de segurança do aeroporto e de mensagens em celulares de suspeitos, apreendidos na Operação Área Restrita.

Como funciona o esquema?
O delegado explica que o dono da droga entra em contato com o grupo criminoso para contratar o serviço de envio da substância ilícita para o exterior. Toda a organização do plano é realizada por grupos no WhatsApp.

“Eles vão atrás de funcionário do aeroporto para formar as equipes naquele dia específico daquele voo, onde eles vão colocar a mala. Tudo em contato com quem vai receber no destino”, afirma.

Alguns funcionários das empresas terceirizadas que atuam na movimentação de volumes na parte de cargas e bagagem do aeroporto são aliciados pelo grupo criminoso. Há casos em que eles já são parte do grupo criminoso e vão buscar o emprego com indicação de alguém que já trabalha lá dentro.

Em uma das imagens, disponibilizadas pela PF, uma mulher – que ainda não foi identificada – faz o despacho de uma mala em um check-in que está desativado. Um funcionário recebe a bagagem e a coloca na esteira, que não deveria funcionar no momento. O episódio ocorreu em 2021, e a carga tinha como destino Portugal.

“Eles fazem o despacho irregular da mala, desviam para a área internacional ou colocam no avião. Ou introduzem através do setor de cargas de uma maneira irregular e desviam para ir para algum avião que vai para o exterior”, exemplifica o delegado.

Além da entrada de malas e cargas de forma irregular nos aviões, há outra maneira de burlar a segurança. O criminoso pega a etiqueta da mala de um passageiro e a coloca em outra bagagem, onde está a cocaína.

“A dificuldade principal é a fraca segurança orgânica do aeroporto. Então, o aeroporto precisa melhorar muito em termos de segurança orgânica. Não só câmeras, mas sistemas e controle de quem se movimenta lá dentro.”

Fonte: r7

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