Veja os cinco recados da reunião do Copom que elevou a Selic a 14,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de 14,25% para 14,75%, o maior patamar em quase 19 anos (agosto de 2006). Diretamente, o BC não deu nenhuma indicação sobre as próximas decisões, mas o comunicado do Copom trouxe recados importantes que podem direcionar as expectativas para a próxima reunião, em junho, e também para prazos mais longos. Muitos economistas acreditam que o BC deu sinais de que pode parar de aumentar os juros, mas a autoridade monetária não fechou completamente a porta para uma nova alta no Copom de junho. Veja abaixo os cinco principais recados:

Cautela e flexibilidade
Em vez de dar uma indicação direta dos seus próximos passos, o BC disse que o cenário demanda “cautela adicional” na condução dos juros e “flexibilidade” para avaliar os próximos dados que afetam a dinâmica inflacionária. O Copom justifica essa postura devido a um cenário de elevada incerteza, especialmente externa, e ao estágio avançado do ciclo de alta de juros, que acumula aumento de 4,25 pontos percentuais e ainda deve produzir efeitos para segurar o crescimento econômico à frente.

Juros altos por mais tempo
O BC retirou a frase do comunicado da reunião anterior, em março, que dizia que o ambiente de projeções e expectativas de inflação longe da meta demandava uma política monetária “mais contracionista” para alcançar a meta. Dessa vez, disse que esse cenário prescreve “uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado”.

Riscos equilibrados
Outra mudança significativa no comunicado da decisão desta quarta foi em relação ao balanço de riscos para a inflação. O BC retirou a menção a uma assimetria altista, ou seja, a uma maior chance de a inflação ficar ainda maior do que em seu cenário base, de 3,6% no fim de 2026 – ainda longe da meta de 3,0%.

Incerteza externa
A mudança no balanço de riscos foi motivada pelo ambiente internacional. O BC passou a avaliar que há uma chance de redução nos preços de commodities. No comunicado, o Copom também destacou que a política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “alimenta incertezas sobre a economia global”.

“Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com fortes reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de maior tensão geopolítica”, disse o BC.

Incipiente moderação da economia

O Copom indicou no comunicado que está mais seguro de que o crescimento da economia brasileira está em desaceleração, ainda que “incipiente”. No documento, o colegiado disse que “observa-se uma incipiente moderação no crescimento”. Na reunião anterior, o BC considerava que havia “sinais” nesse sentido.

Fonte: OGLOBO 

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