Dramaturgo Zé Celso morre aos 86 anos após incêndio em apartamento

por Redação

Zé Celso morreu aos 86 anos nesta quinta-feira (6). A informação foi confirmada pelo perfil oficial do Teatro Oficina. O dramaturgo não resistiu aos ferimentos após ter 53% do corpo queimado em um incêndio que atingiu o apartamento onde ele morava, na zona sul de São Paulo. Ele estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), no Hospital das Clínicas.

José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, era diretor, ator, encenador e se tornou um dos principais dramaturgos do país. Ele nasceu em Araraquara, no interior de São Paulo, em março de 1937, e quando criança já mostrava interesse por artes cênicas nas brincadeiras com os amigos do quintal de casa.

Em 1958, o artista liderou e fundou o Teatro Oficina. A cia surgiu do encontro do dramaturgo com outros colegas no centro acadêmico da faculdade de direito da USP — apesar da formação, ele não exerceu a profissão de bacharel.

Com o tempo, o Teatro Oficina se tornou uma das principais e mais longevas companhias do Brasil, tendo também uma grande atuação política. Desde 1961, o grupo ocupa um prédio localizado no bairro do Bixiga, no centro de São Paulo.

A edificação foi tombada pelo Conselho do Patrimônio Cultural. Segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o tombamento vai além do espaço físico do imóvel e resguarda também o ambiente de criação artística, reconhecendo o valor das práticas desenvolvidas.

Zé Celso, inclusive, travou uma verdadeira batalha contra o Grupo Silvio Santos devido ao interesse dos empresários de construir um edifício comercial nos arredores do Teatro Oficina. A disputa se estende desde o início dos anos 2000.

Com um estilo ousado e irreverente na hora de montar as peças, o artista teve um dos trabalhos que virou assunto e ganhou holofotes no exterior. Em 2005, Os Sertões causou polêmica em Berlim, na Alemanha, pois os atores ficavam nuas em algumas cenas. Na época, a peça de Zé Celso chegou a ser chamada de “teatro pornô” por parte da imprensa alemã.

Fonte: r7

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